Muitas vitórias podem ser explicadas a partir do adversário. É o caso do Gre-Nal que o Grêmio venceu por 1 a 0, no que ainda resta da casa do rival maior.
Se eu fosse torcedor colorado estaria pedindo a cabeça do Fernandão. Essa de sacar Índio, que vinha jogando, em bem, para colocar o recém-chegado Juan não tem explicação.
Com o agravante de Índio ter se notabilizado também por ser um zagueiro goleador e se dar bem no clássico.
Fernandão, depois do jogo, estava constrangido. Não conseguiu explicar a alteração.
Fernandão inventou, assim como Luxemburgo andou inventando em alguns jogos decisivos e se quebrou. Hoje, Luxa fez aquilo que defendi antes do jogo: um feijão com arroz no capricho. Prova de que no futebol quanto mais se simplifica melhor.
Aí, o substituto de Índio, ídolo de nove entre dez colorados, entregou a bola de cabeça nos pés do melhor jogador em atividade no futebol gaúcho: Elano. Na hora lembrei do grande Ancheta, que era infeliz nos Gre-Nais dos anos 70, cabeceando a bola invariavelmente nos pés de um colorado.
Outro uruguaio, Forlán, pode ter o mesmo destino de seu conterrâneo em Gre-Nal. Ele perdeu um gol que nem Herrera nos piores dias seria capaz de perder.
Forlán segue sem marcar no Inter. Mas não foi só ele que perdeu gol: o Damião perdeu um na cara do Grohe, cabeceando sozinho para fora.
O Inter foi superior, mas perdeu. Já aconteceu o inverso tantas e tantas vezes.
No futebol é preciso saber marcar e ter competência para meter a bola pra dentro. O Grêmio foi eficiente em sua proposta de garantir o 1 a 0, até porque sem Elano perdeu quase toda sua capacidade criativa. Então, só restava mesmo é se defender e de vez quando dar uma arriscada na frente, aproveitando o desespero rubro.
No final, choradeira por pênaltis não marcados a favor do Inter. Lances de interpretação. A meu ver não houve um pênalti sequer no jogo, pelo menos algo indiscutível.
Um dirigente colorado, Davi, disse que Vuaden foi influenciado pelo Pelaipe. Quanta injustiça. Tem mais gente que não deixou ninguém esquecer que Vuaden não dá ‘sorte’ para o Grêmio em Gre-Nais. Inclusive eu e milhares de gremistas nas redes sociais. Tem também o apoio importante nesse sentido do Paulo Sant’Ana, que, a propósito, tivesse humildade, pediria desculpas pelo que fez a Marcelo Grohe.
Vuaden foi correto. Mas no finalzinho tinha que vacilar. Deveria ter expulsado Juan – aquele que Fernandão escalou para o lugar de Índio, ihhh, esse assunto vai render muito ainda – pelo carrinho no Pará, que fazia uma jogada inacreditável no ataque.
A lamentar apenas que no próximo Gre-Nal com Vuaden já não poderemos dizer que com ele o Grêmio nunca ganhou Gre-Nal.
Agora, que valeu a pressão nele, valeu.
Ah, seis pontos de diferença. Quem diria?
COTAÇÃO
Hoje, de tanto ler cotações que pegam pesado nos jogadores do Grêmio, decidir fazer a minha.
Marcelo Grohe – Se ele não teve falha, fez grandes defesas e saiu de campo sem levar gol e vitorioso, qualquer nota abaixo de DEZ seria injustiça.
Pará – Pelo esforço, pela doação e pelo fato de nunca se esconder, E também por alguns bons lances de qualidade técnica, minha nota pra ele é SETE.
Werley – A escorregada no lance em que Forlan quase empatou o jogo não conta. Foi um guerreiro. Contra ele, de concreto, o lance em que ficou olhando Damião cabecear livre e perder um gol imperdível. Mas o que importa é que a zaga acabou garantindo a vitória. Nota SETE.
Gilberto Silva – Eu não acreditava que ele fosse dar uma resposta tão positiva improvisado na zaga. Mérito de Luxemburgo que acreditou nele. O que eu posso dizer sobre ele hoje é que foi um fenômeno. Nota DEZ com louvor por ter dado aquela entrada no Damião no meio de campo, levando amarelo. Foi o melhor em campo.
Anderson Pico – Foi outro bravo na resistência. Sentia que a casa ia cair a qualquer momento. Pico caiu um pouco no segundo tempo, mas não comprometeu. Leva um SETE.
Fernando – Deu uma entregada estilo Douglas que Damião pegou e deu para Forlan chutar em cima de Grohe e perder o gol. Mas foi o lutador de sempre, abnegado. com ele não tem ruim. Nota OITO.
Souza – Forma uma dupla muito firme com Fernando. Segurou a bola o quanto pode no segundo tempo, bateu, apanhou. Enfim, um volante em que se pode confiar. Nota OITO
Elano – O melhor do time deixou o campo cedo demais. Confesso que temi pela virada colorada quando ele saiu e entrou Marquinhos câmara lenta. Elano ao menos jogou o suficiente para dar a vitória ao Grêmio ao pegar o rebote e ter calma e técnica para colocar a bola no único lugar onde ela poderia entrar. Nota DEZ. Por que? Só pelo gol? Como assim só pelo gol?
Zé Roberto – Sem seu companheiro de qualidade, Zé Roberto teve que se virar quase sozinho. E se virou. Nos raros lances de lucidez ofensiva ele estava ali presente. O ‘velhinho’ deu conta do recado. Ah, logo nos primeiros minutos ele levou uma entrada dura de Ygor, como uma mensagem. Mas não se intimidou e foi um bravo. Nota NOVE.
Marcelo Moreno – Muita esforço e pouca produção. Valeu pelo empenho e tem também o fato de aparentemente estar descontado. Nota SEIS.
Kleber – Também sofreu com o isolamento a partir da saída de Elano. Mas reagiu melhor que Moreno e buscou criar jogadas, preocupando a defesa colorada. Nota SETE.
Marquinhos leva nota SETE porque ajudou muito na marcação, apesar da lentidão. A bem da verdade ajudou a manter a bola no ataque várias vezes.
Leandro entra porque é um atacante de velocidade. Mas não vi nada de veloz nele. Nota CINCO. Não, nota QUATRO por ter jogado com luvas.
INTER
No Inter, destaque para Fred, Ygor, Bolívar e Damião. Nota sete pra eles. Os outros, ficaram abaixo.