O Grêmio só deve manter Luxemburgo se ele levar o time a conquistar a Sul-Americana ou o Brasileiro.
Vaga em Libertadores não é título, não lota saguão de aeroporto e muito menos a Avenida Goethe.
É o que eu penso e reafirmo até como contraponto a essa quase histeria em torno do Luxemburgo.
Se Luxemburgo fosse bom mesmo teria feito o time com Marco Antônio e Marquinhos jogar e vencido o Gauchão.
Fosse Luxemburgo tão bom para justificar tanto entusiasmo com o seu trabalho não teria sido batido pelo time apenas esforçado do Palmeiras na Copa do Brasil.
Reconheço que Luxemburgo faz um bom trabalho, mas nada superior ao que já fizeram recentemente em Campeonato Brasileiro, pelo Grêmio, o execrado Celso Roth e o Renato Portaluppi.
Roth liderou o Brasileirão por inúmeras rodadas e entregou na reta final, tendo arbitragens suspeitas favorecendo o São Paulo.
Há dois anos, Renato pegou o time na zona de rebaixamento e o levou ao segundo lugar, e com um time inferior ao de Luxemburgo. Alguém aí lembrou do Clementino? Pois é.
Paulo Odone assumiu com a espada apontando para o seu peito, praticamente forçado a renovar com Renato, o que fez visivelmente contrariado.
O mesmo não pode acontecer agora com Koff. Se ele não tiver convicção de que Luxemburgo é o treinador adequado para o seu método de trabalho, que não renove.
Está no seu direito. Ou alguém acha que Koff não tem sabedoria, conhecimento e discernimento para fazer o melhor para o Grêmio?
Luxemburgo, antes visto com desconfiança por nove entre dez torcedores gaúchos, hoje parece ter por trás de si milhões de empresários lutando para mantê-lo em Porto Alegre.
Essa pressão a favor do Luxemburgo não pode intimidar o presidente eleito, que tem o direito de escolher o treinador que considera o melhor para essa sua volta ao clube.
Hoje, a grande maioria dos gremistas quer Luxemburgo. Hoje, a grande maioria dos colorados sonha com Luxemburgo.
É Luxemburgo na casamata e o Deus no céu.
Tudo bem, afinal trata-se de um dos cinco melhores treinadores em atividade no futebol brasileiro.
Agora, futebol é resultado.
Nem Koff nem Luxemburgo querem acertar alguma coisa agora.
Koff espera os próximos jogos para ver se Luxemburgo ainda conquista alguma coisa mais do que uma vaga na pré-Libertadores – o que eu considero pouco para que a renovação de contrato se imponha como obrigatória -; e Luxa trabalha para ver se consegue um título, o que valorizaria ainda mais o seu ‘passe’.
Os ventos que hoje sopram a favor, amanhã podem derrubar árvores.