Kevin Douglas Beltrán Espada, 15 anos, gostava de futebol. Era fã de Kaká. É o que li em algum lugar.
Era um guri como qualquer outro, de qualquer nacionalidade.
Gostava de ir aos jogos acompanhado do pai. Era torcedor apaixonado pelo San Jose.
O guri boliviano viu o gol do Corinthians contra o seu time, aos 5 minutos de jogo.
Em questão de segundos, tudo terminou. Um sinalizador com alto poder destrutivo o atingiu.
O médico responsável pelo atendimento, relatou que o falecimento foi imediato.
– Houve perda de massa encefálica em razão do projétil, um tubo de plástico, que penetrou até a cavidade cranial, então, a morte foi imediata, relatou o médico.
Doze torcedores do time paulista foram detidos. Dois deles, com sinais de pólvora nas mãos, estão em situação mais complicada, acusados do disparo. Os outros foram denunciados por cumplicidade.
Estamos diante de uma quadrilha.
A TV boliviana já divulgou imagens que identificam os assassinos.
O presidente do Corinthians, um infeliz, disse que foi uma fatalidade.
Como pode ser fatalidade se um grupo de marginais entra no estádio com inúmeros sinalizadores – vários foram apreendidos – dispostos a disparar contra a torcida rival, conscientes de que podem provocar ferimentos muito graves?
O Corinthians, como outros clubes, inclusive a dupla Gre-Nal, apoia de alguma forma esses grupos.
Hoje, é o Corinthians, amanhã pode ser o Grêmio. Ou o Inter.
Os clubes não podem mais manter qualquer vínculo com essas ‘torcidas organizadas’. Elas que se organizem, mas sem qualquer incentivo dos clubes.
No momento que ficar caracterizado apoio financeiro ou logístico para esses grupos, a responsabilidade passa a ser do clube. Parece ser o caso do Corinthians agora.
O clube dificilmente escapará de punição rigorosa. Talvez a eliminação na Libertadores.
Hoje, é o Corinthians. Amanhã, pode acontecer com Grêmio ou Inter.
Inevitável. A não ser que providências sejam tomadas imediatamente.