Enquanto o Gauchão segue sem novidades, com o Inter vencendo com autoridade o Santa Cruz e o Grêmio batendo o Caxias sem maior esforço, fico no aguardo daquilo que realmente me interessa em termos de futebol: a próxima rodada da Libertadores.
É uma ideia fixa, uma obsessão. O que realmente interessa em 2013 é o tri da Libertadores. O resto é secundário. É lógico que se acontecer uma tragédia, o Gauchão crescerá de importância e o Campeonato Brasileiro ganhar ainda maior dimensão.
Hoje, o que importa é a Libertadores. E aí, pairando no ar, permeando conversas nos botecos, nas ruas e nos programas esportivos, prevale a questão que faz arder o cérebro dos gremistas: quem irá substituir Elano contra o Fluminense?
Estou convencido de que nem mesmo Luxemburgo sabe a resposta.
Conservador como todos os treinadores, ele tende a escalar Marco Antônio – toc-toc-toc, batendo três vezes na madeira -, que tem sido praticamente seu jogador número 12 ou 13. Vira e mexe, eis MA em campo.
Foi assim contra o Caxias. Tem sido assim com Luxemburgo. Portanto, nada mais lógico do que supor que MA é a possibilidade maior para o lugar de Elano.
Até não duvido que ele já tenha se decidido por MA, e que essa história de três atacantes não passe de uma tentativa de confundir nós todos, mas principalmente colocar dúvidas na cabeça de Abel Braga.
Não gostei da experiência com três atacantes contra o Caxias. Acho que ninguém gostou. Nem Luxemburgo.
A goleada de 3 a 0 sobre o Fluminense no primeiro turno foi facilitada pela decisão de Abel em começar o jogo com três atacantes. O Grêmio, a partir daí, ganhou o meio de campo e encaminhou a vitória.
Penso que assim como venceu fora, o Grêmio pode perder para o Flu. São duas grandes equipes, embora considere o Grêmio levemente superior no momento, mas uma supremacia que pode desmoronar em detalhes como esse: iniciar com três atacantes.
Outra alternativa é escalar três volantes. Entre jogar faceiro e mais fechado, fico com a segunda opção. Até levando em conta que Cris ainda não correspondeu. É um zagueiro que precisa de maior proteção. Então, poderia entrar Adriano como primeiro volantes, ficando Fernando e Souza com mais liberdade para apoiar.
O fato é que Luxemburgo está numa enrascada: se escalar três atacantes e perder, colocando em risco a classificação, será atacado por armar um time ‘faceiro’; se optar por três volantes e perder, será chamado de retranqueiro, de covarde, ‘onde já se viu jogar com três volantes em casa?’.
Agora, as duas opções são melhores do que começar com MA. Para Luxemburgo, se ocorrer uma derrota – três batidas de novo na madeira -, ele virá com o discurso pronto de que procurou manter a estrutura e blá-blá-blá. As críticas não serão tão contundentes.
Afinal, dirão alguns, em especial os cronistas esportivos colorados, que já estão defendendo o MA, é só prestar atenção.
“Não é culpa de Luxemburgo se a direção não contratou mais um meia de qualidade”, dirão em coro.
Realmente, não contratou, mas está na hora de Luxemburgo investir na gurizada da casa. E quem desponta no momento é Guilherme Biteco.
O guri voltou a jogar bem contra o Caxias. Marca relativamente bem, joga com personalidade, tem ótima técnica, criatividade, ousadia para o drible e uma excelente bola parada.
Biteco tem condições de substituir Elano com muito mais vantagem do que MA. Se é para manter a estrutura, o esquema 4-2-4, meu voto vai para Biteco, o ‘filho de Zé Roberto’.
Só tem um probleminha: ele não está inscrito na Libertadores. Nem ele nem o Bertoglio, que seria outra opção muito melhor que MA.