Demorou, mas o ex-presidente Odone rompeu o silêncio.
Sei de gente que ficou mais tranquila, convencida de que há muito alarmismo no ar, que a coisa não é tão feia quanto parece.
Eu continuo preocupado.
O que mais vejo de positivo é que Odone e Koff vão se reunir, aparar arestas para, entre outras coisas, deixar de abastecer um pessoal ansioso para jogar mais lenha na fogueira.
É preciso também controlar os da ‘periferia’, fonte permanente de notícias assustadoras para a torcida gremista.
Eu conheço muitos ‘periféricos’, e não tenho dúvida de que são bem-intencionados. Todos querem o melhor para o Grêmio e estão, realmente, muito preocupados com os números desses primeiros meses de Arena.
As declarações de Odone não me tranquilizaram. É certo que ele é muito bom de discurso, convincente, persuasivo, mas a mim não convenceu.
O Grêmio vai realmente viver na corda bamba do confronto entre receita e despesa, disso não tenho dúvida.
Mas, por outro lado, quando não foi assim?
O que mais me preocupou na fala de Odone: “A Arena só vai dar certo se for o orgulho dos gremistas”.
Ora, se ele tivesse dito isso há uns cinco anos, talvez a Arena não existisse hoje.
Não há estádio por mais bonito, charmoso, moderno, grande que seja capaz de suprir a frustração que o time pode dar dentro de campo.
Aí, me ocorre uma frase muita repetida por gente experiente que analisou o contrato: o negócio só realmente será bom se o Grêmio sempre tiver um time de alta performance.
Já escrevi sobre isso: é impossível viver todo o tempo no topo. Por vezes, e nós sabemos disso, se passa um tempo na ponta de baixo.
A Arena, por melhor e mais espetacular que seja, não opera milagres.
A Arena sempre será um orgulho para os gremistas, e motivo de inveja de uns e outros, sem dúvida, mas ela por si só não irá manter o Grêmio sempre no alto. É impossível.
Ainda mais quando se sabe que nem sempre pessoas competentes assumem o comando do clube.
Não é por nada que o Grêmio não comemora um grande título há doze anos, período complementado com uma passagem tenebrosa pela segundona.
Mais importante que um grande e majestoso estádio, é uma direção eficiente.
O estádio sempre teremos, já a direção…
Para o momento, já me satisfaço com essa tentativa de acalmar os ânimos e de sufocar as intrigas que tanta alegria levam aos Inimigos Raivosos da Arena, o IRA.
O que está feito, está feito. A Arena está aí magnífica. E isso ninguém pode mudar.