O Grêmio jogou o que tem jogado. Um futebol meloso, grudento como chiclé que cola na sola do sapato. Um futebol sonolento como bolero no final do baile. Mais truncado que o trânsito em Porto Alegre.
A única vez no ano em que o time correspondeu plenamente foi nos 3 a 0 contra o Fluminense e nos 4 a 1 sobre o Caracas.
Se alguém tinha alguma dúvida, o Grêmio não é o que goleou o Fluminense no Rio. O Grêmio está mais para o time que perdeu para o pequeno Cruzeiro em casa e o que se mostrou impotente diante de um time misto do Fluminense em plena Arena.
Este é o Grêmio. Este é o Grêmio do sr Luxemburgo.
Este o Grêmio do zagueiro Cris, que pediu para ser expulso ao aplicar a terapia do joelhaço em Sobis numa jogada banal de meio de campo, e depois um rapa por trás absolutamente inexplicável, injustificável.
O melhor que Cris teria a fazer – e melhor ainda se fosse acompanhado de seu padrinho no Grêmio – seria pegar o rumo do aeroporto Salgado Filho e só voltar aqui como zagueiro de outro clube. Ou como turista.
A expulsão de Cris só não é pior que o discurso de Luxemburgo pós jogo. “É complicado jogar com um jogador a menos”, disse ele, que poderia acrescentar que o time só ficou com um a menos porque seu indicado, Cris, foi expulso de maneira ridícula.
Com a expulsão de Cris, o Grêmio ficou com nove. Sim, porque Marco Antônio, como até os quero-quero do Olímpico sabem, é uma nulidade. Um jogador que não marca, não arma e não ataca. Enfim, o Grêmio começou com dez.
Antes do jogo, muito antes, eu havia dito e escrito que Luxemburgo deveria resguardar o Cris, escalando o Adriano e não o MA. Com isso, ganharia o meio de campo e teria mais condições de vencer.
Fernando, o único jogador forjado na casa, foi o melhor em campo. Disparado. Barcos não entrou em campo. Disse que jogou sentindo dor. Mas então sente dor faz tempo.
Dida, no finalzinho, com uma defesa com a ponta dos dedos, evitou o gol do Fluminense, na falha de Bressan.
No final, o empate teve gosto de derrota para o Fluminense e de vitória para o Grêmio.
Embora o time não tivesse jogado bem, mais uma vez, não dá para isentar o juiz. O Fluminense cometeu muitas faltas. Edinho foi o que mais bateu. Saiu de campo sem cartão amarelo. Zé Roberto sofreu pelo menos dez faltas, em rodízio, e nenhum jogador do fluminense pagou por isso. Quando Zé Roberto acertou um, levou o amarelo. Revoltante.
No final das contas, com vitória ou empate, o Grêmio teria de garantir ao menos o empate contra o Huachipato para garantir sua classificação.
O time chileno joga mal em casa, o que é bom para o Grêmio.
A questão é se esse Grêmio ainda merece nossa confiança. Luxemburgo disse, com aquele seu jeito, que nada está perdido, blá-blá-blá.
Eu ainda confio no time, e sigo sem confiar em Luxemburgo. Cada vez mais.