Nesses tempos em que não existe muita diferença entre as equipes de um modo geral – aos que leem o que querem e não o que está escrito, alerto que escrevi que não existe MUITA diferença, o que não significa que todas as equipes são do mesmo nível, e a vitória do então lanterna Náutico por 3 a 0 sobre o então líder Inter está aí para confirmar – um jogo pode se tornar mais fácil ou mais difícil por detalhes.
Por exemplo, o Grêmio penou para vencer o Fluminense por 2 a 0. Primeiro, por sua própria culpa, já que ficou todo o primeiro tempo praticamente olhando o adversário trocar bolas sem se impor como deveria, o que acabou acontecendo um pouco no segundo tempo. Segundo, por causa da arbitragem.
O árbitro foi muito mal no jogo, e acho que é por ruindade dele mesmo. Rafael Sobis deu uma cotovelada em Adriano logo no começo, e ficou por isso mesmo. Por lances similares, o Grêmio teve dois expulsos em Criciúma e acabou derrotado em um jogo em que, dentro da normalidade, somaria três pontos.
Depois, Barcos foi puxado e em seguida pisoteado maldosamente dentro da área do Fluminense, junto à linha de fundo. Pênalti que o pipoqueiro que estava fora do estádio viu. Eu vi na hora a falta sobre Barcos. Mas dou um desconto para o juiz, que pode ter concluído que houve troca de puxões no lance e então deixou por isso mesmo.
Foram dois erros que facilitariam a vida do Grêmio, que realmente não fazia uma boa partida.
BATISTA
Agora, pior que o juiz foi o comentarista da RBS TV, o Batista. Mesmo depois de rever o lance ele continuou insistindo que Barcos também havia puxado e agarrado o zagueiro, o que não aconteceu. Batista só pode ter visto o lance através de uma lente vermelha. São raros os lances em que ele se posiciona a favor do Grêmio, mesmo lances tão claros como foi esse para quem via pela TV.
Depois, no segundo tempo, quando o Fluminense perdeu o gol incrível, com a bola batendo na trave e Dida completamente batido, ele parecia estar lamentando a ausência de Fred. Penso que esse tipo de comentário é um desrespeito ao Grêmio e à sua torcida, que não paga o ‘peiperviú’ para ouvir comentarista distorcendo lances como esse envolvendo Barcos.
SEGUNDO TEMPO
Ao contrário do que acontecia até pouco tempo, o Grêmio voltou para o segundo tempo com mais velocidade na frente e com um futebol mais vertical, buscando o gol e apertando a marcação.
Todo o time pegou junto. Com isso, o Fluminense já não ficou tão à vontade para tocar a bola.
Contribuiu para isso, é claro, o gol marcado logo no começo do segundo tempo. Alex Teles, que por si só está justificando todo o investimento feito na contratação de jogadores do Juventude, fez grande jogada, foi ao fundo como um guri impetuoso e cruzou como um veterano. A bola foi na medida para Riveros, que cabeceou com estilo para a rede.
Riveros, aliás, foi muito bem. Mesmo desentrosado, já deu para perceber que aí está uma contratação que acrescenta qualidade, disposição e vigor ao time.
O Fluminense está mal no campeonato, mas seu time é muito bom. Está entre os melhores do campeonato. Então, foi complicado para o Grêmio manter a vantagem.
Não gostei do número excessivo de faltas diante da área. Ainda bem que o Flu não as aproveitou.
Quase no final, aos 39, o mini volante Ramiro deu um passe precioso, coisa de quem tem boa visão de jogo e qualidade, deixando Kleber sozinho para marcar, desviando com muita categoria do goleiro. Está aí o jovem meiocampista do Juventude mostrando que compensa a baixa estatura com marcação firme e boa presença no acabamento de jogadas.
O Grêmio se mantém na linha de frente, e isso é fundamental para quem almeja algo mais do que um papel de coadjuvante. Não fosse o desastre em Criciúma, o Grêmio estaria disputando a liderança, um indicativo de que Renato está mesmo arrumando a casa.
Não espero um futebol vistoso, o que só poderá vir com mais alguns jogos. O importante agora é vencer, inclusive passando por cima de arbitragens ruins e comentários tendenciosos.
AFLITOS
O Inter patinou feio justo na hora em que estava embalado. A sorte que sobrou nos últimos jogos faltou ao time de Dunga na Arena Pernambuco. O Inter teve boas chances para marcar, mas as desperdiçou. Na verdade, os dois times criaram inúmeras oportunidades, mas o Náutico foi mais feliz nas conclusões.
Aliás, o sistema defensivo do Inter voltou a mostrar que não é confiável.
O resultado deixou aflitos os colorados, que andavam empolgados com o crescimento do time.
ARENA
Domingo de sol, grande jogo e público de apenas 30 mil. Esperava no mínimo 40 mil.