A volta do boêmio e a crise colorada

Quando saí de Porto Alegre rumo ao paraíso baiano, o Grêmio era candidato forte ao título – a despeito de opiniões contrárias do centro do país e de muita gente da imprensa gaúcha.

Uma semana e três jogos depois, estou aqui no aeroporto de Guarulhos, numa conexão com cinco horas de espera, pagando caro para matar a saudade do teclado.

Fiquei alheio a tudo nesses últimos dias. Acompanhei o futebol gaúcho através dos emails do cornetadorw. Só fiquei sabendo da derrota para o Atlético Mineiro, ocorrida exatamente no dia em que iniciei essa viagem de férias, no final da noite de domingo.

Depois, o empate contra o Santos por 1 a 1. Soube dele só no dia seguinte ao ler um email do RW. Golaço de Elano após jogada de Vargas e uma falha de Dida, no gol de Willian José.

Sábado à noite, ontem, estava num restaurante à beira-mar, em Porto Seguro, enfrentando um filé de badejo armado de caipirinha e cerveja gelada, quando vi que estava iniciando o jogo do Grêmio.

A TV estava distante, mas deu pra ver que o time continua com extrema dificuldade para criar situações de gol.

Vi, também, que o bandeira errou ao marcar impedindo no gol do Grêmio. Foi um lance difícil para o auxiliar. Por isso, não vejo sacanagem na anulação da jogada.

Para encurtar esse papo de retomada, a conclusão é de que o técnico Renato precisa reencontrar o caminho das vitórias o mais rápido possível.

Ainda acredito no título. Lembro que o Grêmio chegou a liderar o Brasileirão com 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado e acabou perdendo o título para o São Paulo.

Então, nada está perdido. Ainda.

Que fique claro que o Grêmio é o único clube gaúcho ainda com alguma chance de impedir o título do Cruzeiro.

O Inter pode, no máximo, pegar uma vaga na Libertadores. No máximo.

Já o Grêmio, a seguir nesse ritmo, se encaminha para sair do G-4 e fazer companhia ao Inter.

Nos últimos três jogos o Grêmio somou dois pontos em nove. Ridículo.

Fez apenas um gol e levou dois.

Quer dizer, a defesa segue eficiente, mas a um preço alto, porque o esquema de Renato com jogadores de meio-campo bons de marcação e ruins na criação de jogada contribui para o péssimo rendimento do ataque.

Está na hora de mexer no esquema – talvez jogar com apenas dois zagueiros – e colocar mais qualidade no time.

Agora, o objetivo imediato passa a ser superar o Corinthians pela Copa do Brasil. Este é o título que está mais ao alcance tanto do Grêmio como do Inter.

DUNGA

Acabei de chegar em casa depois de sobreviver a uma viagem com muita turbulência. Levei um cagaço, com o perdão da palavra. Borrei-me pierna abajo.

Ainda na esteira, esperando a bagagem, recebo um email do Adriano, parceiro aqui do blog.

Pelo teor, deduzi que o Inter havia empatado ou perdido o jogo contra a Portuguesa.

No caminho, o taxista, coloradaço, me disse que foi empate. Ele quer a contratação de Abel.

Eu retruquei que “Celso Roth vem aí…”. Não, ele não aceita o Roth. Quer o Abel.

O fato é que os dias de Dunga estão contados.

Ao chegar em casa, ligo o rádio: o Inter havia levado um gol no final. Perdeu por 1 a  0, em casa, para um dos candidatos ao rebaixamento. Vexame.

Por essas e outras que empatar com o Vitória não é mau resultado. Ruim mesmo é perder em casa para o Atlético Mineiro.

A rodada está repleta de resultados surpreendentes. Até o Cruzeiro desta vez não somou três pontos.

Acredito que o Cruzeiro também terá uma queda no campeonato. O Botafogo perdeu, e insisto que ele não ficará entre os quatro da ponta de cima.

Está tudo muito indefinido, embora o time mineiro seja mesmo favorito ao título, consagrando o treinador Marcelo Oliveira, que há tempos vem fazendo bons trabalhos e que sugeri ao Grêmio antes da nefasta contratação de Luxemburgo.

O que me parece inevitável é a queda de Dunga, apesar da blindagem armada por setores da mídia em torno dele.

A Copa do Brasil é o fio tênue que prende Dunga ao Inter.

Ah, o presidente Luigi garante Dunga até o fim do ano. Então tá.

ÍNDIO

Jogadores do Inter ainda não se deram conta. O Brasileirão não é igual ao Gauchão.

No Brasileirão, cotovelada é punida com expulsão.