Esquema bom é o que vence

Esquema bom é o que vence.

A frase é do Renato, defendendo o esquema com 3 zagueiros e 3 volantes que implantou muito mais por necessidade do que por convicção.

Em sua primeira passagem pelo Grêmio, ele jogou com 4-4-2 e se deu muito bem, inclusive sendo muito mais ousado taticamente, com alterações que deixavam o time mais ofensivo e atrevido no decorrer de alguns jogos e que, confesso, me assustavam. Mas davam certo.

Esquema bom é o que vence. Concordo.

Espero que Renato continue pensando assim. Se for este o caso, ele vai mudar o esquema, um esquema que defendi enquanto vencia, apesar de saber que algumas vitórias foram obtidas com pitadas generosas de sorte e em função de atuações muito seguras do goleiro Dida.

Espero que Renato e o pessoal da diretoria saiba por que venceu e também por que o time começou a patinar no campeonato.

Mesmo em seus melhores momentos, aquela sequencia de vitórias, o Grêmio ficou devendo qualidade. Uma qualidade que agora está mais evidente.

Se antes o trio de zagueiros bem protegidos por um trio de marcadores dava conta do recado, agora é diferente.

Sem seu melhor zagueiro, Werley, a zaga já não é mais tão eficiente. O goleiro Dida também andou vacilando e não salvou os gols que antes evitou. Afinal, água fria em pedra dura…

Agora, com apenas 3 zagueiros para escalar, sendo que um deles, Saimon, está meio adoentado, Renato deveria pensar numa alternativa para que sua convicção recente não se confunda com teimosia.

Não adianta Renato ficar repetindo como papagaio que ele está com no G-4. Outros já estiveram na ponta de cima e caíram. Nem precisamos ir tão longe.

Renato é inteligente, mas não tanto quanto ele pensa que é do alto de sua auto-estima.

Sinceramente, não sei se Renato sabe por que conquistou apenas dois pontos em nove. A seguir nesse ritmo, o G-4 logo ficará na saudade.

O esquema deu certo, mas agora está vazando. O sistema defensivo ainda se mantém em bom nível, mas a um preço muito elevado: a inoperância ofensiva.

O time cria poucas situações de gol. Cobra-se mais chutes a gol de seus atacantes, mas como exigir isso se poucas vezes a bola fica à feição para o arremate?

O esquema atual depende muito dos alas, já que os volantes titulares não são criativos, tem pouca capacidade de drible e estão mais preocupados mesmo é em marcar o adversário.

A questão é que os alas gremistas, que até aparecem seguidamente na frente, cruzam muito mal.

O blog cornetadorw aponta isso. Alex Telles tem um péssimo aproveitamento nos cruzamentos. O mesmo em relação a Pará.

Até escrevi outro dia que os dois parece terem combinado: tu cruza pra mim e eu cruzo pra ti.

Na área ficam os atacantes e algum volante ou zagueiro esperando a bola, que passa sempre muito acima de suas cabeças.

Então, o que fazer? Qualificar o meio de campo. Se não tem zagueiros suficientes e com melhor qualidade, troca-se um zagueiro por um jogador mais talentoso. Pode ser Zé Roberto ou Elano, que jogam como volantes, mas que sabem trabalhar melhor a bola para armar jogadas para Barcos e Kleber.

Penso que o time não terá perda significativa em termos de marcação, agregando experiência e técnica. No caso de Elano, uma bola parada que pode ser decisiva.

Outra coisa: Renato não pode esperar tanto tempo para colocar em campo um jogador como Vargas se o time estiver com muita dificuldade ofensiva, que tem sido corriqueira nos jogos.

Nesse jogo contra o Corinthians, um time que marca tão bem quanto o Grêmio, mas ataca melhor, é preciso mesmo manter esses volantes que marcam forte, como Souza, Ramiro e Riveros. Afinal, um empate sem gols será um bom resultado.

Mais adiante, especialmente em jogos dentro de casa, acho que dá pra sacar o Ramiro, por exemplo, e colocar um volante/meia mais criativo.

O que não dá é para insistir com um esquema que serviu enquanto era vencedor.

Espero que Renato não tenha esquecido a sua frase: esquema bom é o que vence.

ALEX

Alex parece que é o líder do movimento para mudar o calendário do futebol, que realmente tem jogos em excesso. Mas sempre foi mais ou menos assim. Alex sabia disso quando voltou.

Um calendário puxado é pesado, e pesa muito mais para jogadores em final de carreira. É o caso de Alex e de alguns outros. Ele parece estar lutando em causa própria. Não importa.

O que interessa é que há jogos demais, e a maioria deles muito ruins.

Os jogadores querem uma reunião com a CBF. Nada mais justo. Mas na hora da negociação a reunião irá terminar assim que os velhinhos malandros da CBF fizerem a seguinte proposta:

redução de 20% no número de jogos e do mesmo percentual no salário de cada profissional.

A reunião vai terminar na hora.