Renato Portaluppi já passou muitas noites em claro em sua vida. Pelo menos é o que indica sua fama de pegador.
Ultimamente, Renato revive esse período mais despreocupado de sua vida, em que trocava de mulher com a mesma facilidade com que driblava seus marcadores, enfrentando chuteiras assassinas com destemor.
As noites insones agora não são por motivos tão agradáveis. Renato, hoje, quem diria?,perde o sono pensando em pernas cabeludas.
São as pernas dos jogadores do seu grupo, evidente. Ocorre que ele precisa decidir quem começa o jogo contra a Ponte Preta.
Mas não é só isso: com o crescimento de Maxi Rodriguez, jogador que salvou o próprio treinador de uma decapitação – decapitação simbólica, é preciso deixar muito claro isso porque tem gente que odeia tanto o Renato que pode querer levar o vocábulo ao pé da letra – antecipada ao fazer os gols contra o Flamengo, Renato está praticamente forçado a manter o uruguaio no time. Se não for para começar, ao menos no banco.
O drama de Renato – que eu vivenciaria com muita alegria se ganhasse a fortuna que é paga hoje aos técnicos de times de ponta – começa por uma equação complicada: ele precisa decidir qual dos estrangeiros fica de fora. Ou seja, nem fica à disposição para o difícil jogo contra Ponte Preta, que cai para a segundona em caso de derrota.
Antes de Maxi desabrochar, a escolha era fácil: Riveros, Vargas e Barcos. As sucessivas convocações de Vargas e Riveros ajudaram Renato. Agora, a situações é outra.
Renato tem veneração pela estrutura central do seu time: Souza, Riveros e Ramiro. É um trio ‘imexível’.
Eu deixaria Riveros fora do jogo.
No lugar do paraguaio, colocaria Zé Roberto, que está recuperando seu ritmo de jogo.
Na frente, Vargas, Kleber e Barcos. Renato não pode deixar de fora do grupo, nem no banco, o seu único atacante de velocidade, de drible e de bons arremates de longe – pelo menos na seleção chilena ele faz gols de fora da área.
O Grêmio precisa vencer. Então, não há como abrir mão de seus dois jogadores mais talentosos, criativos e atrevidos: Maxi e Vargas.
E são esses justamente os que mais correm risco de sair, mantida a visão de Renato até agora.
O Grêmio precisa de opções de qualidade na frente. Para suprir a ausência de Riveros, que até caiu de rendimento, há jogadores de meio e até a possibilidade de, no decorrer do jogo, lançar mão de mais um zagueiro para garantir eventual vantagem.
Então, meu parecer é no sentido de que Riveros aproveite a viagem para descansar.
A REUNIÃO
Durante recente reunião no Olímpico, o presidente Koff teria sofrido pressão de pelo menos um de seus companheiros de diretoria para começar 2014 com outro treinador.
Koff teria argumentado que prefere manter Renato. Houve um debate e Koff lá pelas tantas teria dito que demitiria Renato e…
Contrataria Celso Roth.
Quer dizer, colocou o bode na sala. Encerrou a reunião.
Se Renato sair, o nome de Koff é Tite.
OS VELHOS
Depois que a gurizada se divertiu e só complicou a situação do Inter, chegou a hora de apelar de novo para os velhos.
O técnico Clemer está lançando mão dos ‘velhos’ do time para vencer o Coritiba e afastar de vez o fantasma do rebaixamento.
Isso indica que o Inter perdeu o rumo. Clemer, está provado, foi uma aposta que não deu certo.
Talvez em outra circunstância ele se desse melhor.
A meu ver está havendo interferência superior na escalação.
Se o Inter atingir seu objetivo em Caxias do Sul, tudo bem, mas se perder o time irá ainda mais confuso e nervoso para os dois jogos restantes do BRasileirão.