O Grêmio conquistou o vice-campeonato no Brasileirão/2013 – premiação de R$ 6 milhões, pelo que soube – e, diferente do ano passado, garantiu presença direta na Libertadores, sem escalas.
Hoje, temos 18 clubes invejando essa conquista. Não é pra qualquer um ser segundo colocado num dos campeonato mais difíceis do mundo.
Fosse um clube menor a conquistar essa invejável posição, estaria comemorando com fervor e a festa avançaria a madrugada.
Mas clube grande não festeja segundo lugar. Ainda mais quando está na fila há mais de uma década.
Tampouco comemora vaga, mas a partir da vaga conquistada faz planos e pode sonhar com algo maior, enquanto outros ficam lambendo suas feridas como cão sarnento, sem disfarçar profunda e dilacerante inveja.
É evidente que o melhor de tudo é ser campeão, mas o segundo melhor de tudo é ser vice.
Pois é a posição atingida pelo Grêmio aos trancos e barrancos.
O técnico Renato Portaluppi herdou – e não canso de repetir para que alguns registrem isso – um time que não foi formado por ele e que estava em descrédito depois da eliminação na Libertadores.
A única indicação de Renato foi o zagueiro Rodolpho. Um tiro, um acerto na mosca.
Então, Renato tem seus méritos nessa conquista que leva à vaga na Libertadores, sem passar pelo tormento da fase classificatória, como ocorreu neste ano por absoluta incompetência de um time não conseguiu vencer um Gre-Nal em que o adversário chegou a ficar com dois jogadores a menos em campo.
Aqui, um parágrafo de reconhecimento ao técnico Luxemburgo, por ter contribuído para trazer jogadores do porte de Zé Roberto, Elano e Dida, que chegou criticado porque Marcelo Grohe estava bem, mas que acabou justificando sua vinda, com importante participação na campanha exitosa do tricolor.
Até Pará teve seus bons momentos, mas espero que os repita em outro clube em 2014.
Agora, o futebol que o Grêmio praticou sob o comando de Renato não entusiasma nem o torcedor mais fanático, daqueles que reservam um altar para o herói de 1983 em sua casa, e eu sei que eles existem.
A esperança é que a partir de uma reformulação Renato possa contar com jogadores que se adaptem melhor à sua proposta de jogo. Ou seja, jogadores versáteis, rápidos e aplicados taticamente.
Hoje, contra a Portuguesa, o Grêmio foi melhor e merecia ter vencido. Zé Roberto foi o destaque do time. O restante, tirando a dupla de área e o volante Souza, ficou num nível médio para baixo.
Na frente, Vargas foi o melhorzinho. Sua substituição – quando esperava pela saída de Barcos – foi surpreendente. Mas ele estava ameaçado de expulsão, segundo explicou Renato, e eu não tenho por que duvidar.
Não sei se Renato vai renovar contrato. Soube que ele pediu alto demais numa conversa preliminar. Aquela informação de que ele teria pedido 700 mil reais parece ser verdadeira.
Se ele pediu mesmo isso, não cabe nem negociar. Eu ofereceria 300 mil por mês e prêmio de R$ 5 milhões pelo título da Libertadores – valor que Luxemburgo iria receber, ao que me consta.
Assim, tudo indica que há uma vaga de técnico no Grêmio.
Aqueles que torcem e torciam pela saída de Renato, podem a partir de agora encaminhar sugestões para o Largos dos Campeões, no Olímpico.
CRIMINOSOS
Qualquer dúvida que alguém ainda poderia ter sobre a presença de criminosos infiltrados nas torcidas foi dissipada hoje no confronto entre Atlético PR e Vasco.
Foram cenas degradantes, que chocam o mundo do futebol.
Destaque para a imagem de um ‘torcedor’ do Vasco batendo covardemente num ‘torcedor’ do Atlético com um pedaço de pau com prego na ponta.
Como é que alguém consegue entrar num estádio de futebol portando uma arma como essa?
Seria lamentável também a atuação do Ministério Público de SC se for confirmada a informação de que teria proibido a presença da polícia militar dentro do estádio, já que se tratava de evento privado. Há controvérsias a respeito.
E como fica o Atlético PR que não providenciou segurança adequada ao jogo, que prometia ser uma guerra?
Será denunciado pelo procurador do Tribunal, o Paulo Schmidt, torcedor do Atlético?
Como disse o Renato após o jogo ao ser questionado sobre esse triste episódio, falta punição, falta punição de verdade, rigorosa. E não apenas para os brigões.