Para que serve a base gremista? Há um investimento pesado na formação de jogadores, mas os resultados têm sido pífios.
O parceiro Francisco Coelho, que acompanha as categorias de base do Grêmio com lupa, informa que o clube só venceu uma competição, foi na categoria sub-15. No restante, outras nove, o Grêmio foi derrotado.
A política da base gremista foi derrotada, esmagada, triturada, humilhada.
E o ano começa com fiasco: eliminação na primeira fase da Copa SP.
Agora, atribuir à atual gestão esse retumbante fracasso é injusto e desonesto. Mas também é injusto e desonesto isentar o atual comando do clube – a partir da presidência até os dirigentes do amador – de qualquer responsabilidade.
Os frutos do trabalho atual serão conhecidos, realmente, mais adiante. Há o risco, porém, de que não amadureçam ou, pior, apodreçam, no meio do caminho.
Diante dos resultados ridículos da temporada que passou, cabe ao presidente Koff e seus comandados fazerem um diagnóstico exato do que está acontecendo e tomarem as providências necessárias, se for o caso, o mais rápido possível.
Sei que o trabalho, o foco principal, é formar jogadores para os profissionais, não conquistar títulos.
Mas é inegável que a conquista de títulos, as taças erguidas com brilho nos olhos e orgulho no peito por vestirem a camisa tricolor, contribui para forjar atletas com espírito vencedor.
Aqui, à distância, sem sequer conhecer os nomes de quem dirige a base e como ela está estruturada, não tenho condições de avaliar quais mudanças devem ser feitas. Mas está claro que algo precisa ser feito.
É lamentável que, apesar de todo o dinheiro que imagino seja investido na gurizada, foi preciso apelar para a base do Juventude para reforçar a equipe titular.
Se não sabem o que deve ser feito, que contratem os dirigentes da base do Juventude. Simples. Sem intermediários.
Já não há colorados trabalhando no Grêmio? Então, que mal tem em buscar gente do parceiro da Serra se a questão é competência e capacidade de trabalho?
O importante é que algo precisa ser feito.
Pelas histórias que ouço aqui e ali, a base é e sempre foi um terreno fértil para todo tipo de esquema.
Por exemplo, o guri promissor, não raro, é dispensado porque ao chegar se recusa a assinar contrato com este ou aquele empresário. Então, ele volta pra casa e vai tentar em outro clube, onde talvez receba a mesma ‘ proposta’. Ou talvez se desiluda e vai estudar.
Sei de um jogador, que anda por aqui, que só foi convocado para uma seleção de base do Brasil depois de trocar de procurador/empresário.
Sei que o comando da base é sempre muito disputado pelas facções gremistas. Sem entrar no mérito, hoje, inclusive, há um ex-dirigente atuando forte para colocar um amigo – que até já prestou bom serviço ali- nesse posto.
Independente das disputas, aliás legítimas se imbuídas das melhores intenções, penso que a principal medida é impor padrão de excelência em honestidade e transparência nas categorias de base, onde empresários costumam atuar com desenvoltura, por vezes em cumplicidade com gente do próprio clube. E isso, pelos relatos que recebo, estaria acontecendo em todo o País.
Só que alguns vencem competições e formam jogadores, outros não.
IMPRENSA
O competente Vitor Rodriguez não ficou muito tempo desempregado. Dispensado sem qualquer explicação – enxugamento da folha de pagamento? Faz-me rir -, Vitor está a caminho do Rio.
Vitor, com quem trabalhei por um breve período no Correio do Povo, será assessor de imprensa do Flamengo.
Mais uma prova de que o trabalho honesto e eficiente sempre é recompensado.
É o Grêmio reforçando um forte rival na Libertadores. Já foi o Elano, agora vai o Vitor.