O incrível poder de Barcos no Grêmio

O empate foi o melhor resultado possível para o Grêmio. A derrota seria humilhante e a vitória deixaria o time convencido, ‘se achando’, o que seria péssimo para o enfrentamento que realmente interessa no momento, contra o Nacional, em Montevidéu.

Se o resultado foi bom, a meu ver, a atuação foi preocupante.

Na verdade, não esperava muito mais do Grêmio. Por isso, defendi que jogasse com os titulares, não para vencer o Inter, mas para preparar a equipe. Era importante um teste forte antes da estreia na Libertadores.

O teste aconteceu e mostrou que há muito o que resolver. Não sei se o técnico Enderson Moreira terá capacidade e tempo para ajustar o time.

Mas principalmente o que falta é ‘apenas’ o essencial no futebol: alguém que faça gol. Um goleador, um artilheiro, um matador.

Barcos é o anti-matador. Barcos é um articulador, um preparador de jogadas para as quais ele não se apresenta para concluir. Raramente ele está naquela área no entorno da marca do pênalti.

E quando está, perde gols. Outra coisa, ele é excelente cabeceador, mas na defesa, para afastar a bola do adversário.

Então, Barcos é o centroavante que Enderson tem. Que Luxemburgo teve e que Renato teve. Barcos vai derrubar mais um treinador, porque simplesmente ele não consegue ser o que o time precisa, um matador.

Se ele fosse tão bom centroavante como é marqueteiro, estaria jogando em clube de ponta da Europa.

Então, a falta de um camisa 9 titular é o principal problema do Grêmio. Não é centroavante de velocidade ou coisa parecida. Aliás, o Grêmio não precisa desse tal Dudu. Alguém já ouviu falar nesse jogador? Ele não é solução pra nada, talvez apenas para seu procurador e arredores.

Infelizmente, a direção do Grêmio capitulou. É refém de Barcos. Até capitão do time ele é. Um sujeito que entregou para a mídia o atraso salarial no clube.

Não entendo por que tanto poder para esse funcionário do clube. Se ainda fosse um jogador que resolvesse…

Será que o Grêmio não contrata um camisa 9 para não ofender Barcos? Pergunta absurda, mas mais absurdo é entrar numa Libertadores apenas com um centroavante, ainda mais com um índice tão baixo de gols.

Um goleiro para disputar com Grohe o Grêmio esboçou contratar, mas centroavante não.

Desde já elejo a direção do Grêmio, que tanto defendi, como responsável maior por um eventual fracasso do time já na primeira fase da Libertadores.

Enderson Moreira, portanto, não é o principal equívoco de Koff e cia.

A GENI DO GREMIO

Não responsabilizo Pará pelo gol de Fabrício. Ele teve de sair da posição para marcar o Jorge Henrique, que estava sozinho. Quem deveria estar ali seria um dos 4 volantes que Enderson mandou a campo. Se tivesse um volante ali, Pará teria ficado na dele. O problema foi de entrosamento, de posicionamento. Sobrou para Pará.

Pará é a Geni do Grêmio.

GRE-NAL

O Grêmio teve um começo vibrante. Mas é normalmente assim jogando em casa. Achei o Inter um time mais ajustado, mais consciente.

Foi um jogo parelho. O Inter foi mais efetivo nas conclusões. Marcelo Grohe fez grandes defesas. Muriel trabalhou menos, mas fez uma defesa sensacional num chute sensacional de Edinho.

O empate foi justo.

VUADEN

Errou ao não marcar o puxão de Willians em Pará no começo do primeiro tempo. Pênalti. Até o Batista deu. O comentarista de arbitragem da Band disse que não foi pênalti. Ficaria surpreso duas vezes se ele repetisse Batista.

No pênalti marcado, a bola bateu no braço de Paulão. Barcos estava na jogada e talvez ficasse com a bola. O toque prejudicou a ação de Barcos.

Vuaden demorou para dar cartão amarelo. Willians merecia no primeiro tempo. Mas os primeiros foram gremistas, e com correção. Só no final ele começou a amarelar os colorados, que continuam sem levar vermelho, apesar da violenta entrada de Rafael Moura em Rodolpho.

KLEBER/LUAN

Gosto muito desse Luan. Ele começou bem, mas não há dúvida de que Kleber seria muito mais útil, até para se impor aos marcadores colorados. Inclusive por uma questão de respeito. Luan é um guri talentoso, Kleber um atacante decadente, mas que ainda incomoda, perturba e preocupa o adversário.

Mas foi bom ver Luan no time titular. A experiência será importante para o jogo contra o Nacional.