Se o Grêmio tivesse um goleador, um jogador de área vocacionado para o gol, eu não vacilaria em apostar até numa vitória sobre o Newell’s.
Mas o Grêmio tem Barcos. Por isso, o empate nesta noite em Rosário, diante de uma torcida enlouquecida, será um grande resultado. Uma derrota será um pesadelo. Mas também nada que não possa ser consertado. Ainda faltarão alguns passos e será possível evitar o abismo.
Barcos já detonou Luxemburgo – se dizia até que os dois estavam brigados, nada disso, era ruindade mesmo. Implodiu Renato e se encaminha para encurtar a trajetória do Enderson.
Tudo porque a direção não providenciou uma sombra para Barcos, um jogador realmente de área, um fazedor de gol. gol de canela, de nuca, de barriga, de qualquer jeito. Não sei por que, mas me lembrei de Mamute…
Se eu tivesse que resumir Barcos em uma palavra, eu diria que ele é um facilitador. É um elogio. Não o considero mau jogador, ele só não é um goleador.
Barcos, assessorado por jogadores com mais velocidade e movimentação no sentido vertical, e não para os lados, é útil. Ele trabalha a bola, tem boa visão de jogo, e acerta boa parte dos passes. O problema é que ele é lento, não tem arranque nem velocidade. Se posiciona mal na área e dificilmente se antecipa ao zagueiro. Normalmente, fica atrás, esperando uma falha.
Apesar de tudo, ele é um facilitador no sentido de que, na distribuição de jogo, tem capacidade para fazer jogadores como Luan e Dudu mostrarem todo seu potencial técnico. Também são beneficiados os volantes Riveros e Ramiro para uma chegada-surpresa, que nem é mais surpresa porque é mais do que manjada.
Assim como seus dois antecessores, Enderson tentar explorar o melhor de Barcos, que é justamente essa de ser um facilitador em potencial, um jogador do coletivo, que marca e recua até junto dos seus zagueiros.
Então, Barcos faz o time jogar, eu reconheço isso. E sei que muitos não reconhecem. Talvez eles estejam certos, não sei, mas eu sou assim, acredito que todas as pessoas têm alguma coisa de bom.
O maior defeito de Barcos é ser um centroavante que dificilmente faz gol. Ele seria um André Catimba, sem os gols do Catimba, que em breve será nome de cerveja – não minha.
Com André, todo mundo fazia gol. Até o pipoqueiro. Mas o principal é que André também fazia gols, e gols decisivos, um excelente centroavante. Se tivesse André hoje eu diria que o NOB poderia ser goleado.
Mas eu não tenho André Catimba. Tenho um genérico.
Por sorte, a defesa está muito bem, sem gol sofrido na Libertadores. A defesa é a maior esperança.
DUDU
Dizem que Dudu começa o jogo. Já diziam isso semana passada. Dudu começaria e Edinho ficaria no banco. Enderson plantou essa dúvida, que eu não levei a sério.
Agora, ele vem de novo. Desta vez, acho que Dudu começa mesmo.
O melhor seria começar com Alan Ruiz, mas desconfio que o argentino ainda não está em condições plenas para começar um jogo com tamanho nível de dificuldade.
Portanto, a opção por Dudu é correta. Ele vai fazer mais ou menos o trabalho do ZR, mas com um toque de bola mais verticalizado. Pode dar certo, pode dar errado. Futebol está longe de ser ciência exata.
Dudu, a meu ver, ainda não mostrou futebol para ser titular do Grêmio, mas é um atacante diferenciado pelo arranque, velocidade, e, principalmente, porque não tem medo de jogar, de ser feliz.
Alan Ruiz e Deretti ficam para o segundo tempo.
ARENA/EPTC
Movimento Grêmio Multicampeão preparou um projeto minucioso, objetivo e realista, para facilitar o trânsito na Arena nos grandes jogos. Como se sabe, foi um caos no último jogo. O projeto será entregue amanhã ao presidente da EPTC, o Callegari, que, aliás, é o único dirigente que aparece mais na mídia que os presidentes Koff e Luigi.