Depois de ouvir a looonga entrevista coletiva do sr. Enderson Moreira, no final da tarde desta sexta-feira, cheguei à conclusão de que o grande legado do treinador em sua passagem pelo Grêmio será levar para o campo de jogo o verbo ‘argumentar’.
O sr. Enderson transformou o jogo de futebol num diálogo, num colóquio.
Ele usou o verbo pelo menos três vezes – perdi alguns trechos da entrevista.
Segundo ele, o Grêmio está ‘argumentando’ bem nos jogos e por isso faz boa campanha.
Ele disse que viu os últimos jogos do Coritiba e constatou que o time de Celso Roth está ‘argumentando’ bem nos jogos.
Usou o verbo ‘argumentar’ também em ações individuais, referindo que o jogador tal ‘argumentou’ bem no treino ou no jogo.
Sobre os 7 a 0 no treino, o técnico tratou de reduzir a importância do placar a pó, o que não chega a ser surpresa partindo de quem conseguiu diminuir a relevância dos 4 a 1 no Gre-Nal.
Segundo o técnico, um sujeito simpático, trabalhador, o time principal teve dificuldades porque ficou preso a determinado posicionamento enquanto o time reserva jogou com mais liberdade, sem igual responsabilidade tática.
Foi mais ou menos isso que o treinador do Grêmio afirmou.
Não sei se é de rir ou de chorar.
Acreditando que foi isso mesmo que ocorreu, minha sugestão é que o sr Enderson deixe o time – pode ser o titular mesmo – sem amarras táticas para enfrentar o Coritiba neste domingo.
Quem sabe não assistiremos a um Grêmio que todos nós queremos – inclusive o treinador -, eficiente na marcação e ágil e competente para atacar e fazer gols?
Um time livre, leve e solto, ‘argumentando’ com naturalidade.