Podemos falar de futebol?

Entro na contramão, caminhão lotado, sem freio, descendo a dr Vale. É assim que me sinto nesta manhã de sábado nebuloso quando começo a teclar para falar de futebol.

Sinto-me assim, contra a corrente dos acontecimentos quando percebo que não se para de falar em racismo, na punição ridícula do Grêmio, em eleições e na denúncia de corrupção da Petrobras envolvendo a politicalha que insiste em tentar afundar o nosso país.

Mas vou me atrever a falar de futebol. Tem o jogo do Grêmio contra o Flamengo no Maracanã. Pairam no ar ameaças a quem for ao estádio com a camisa mais bonita do mundo. Mas isso não intimida os gremistas. Pelo contrário, os fortalece.

O gremismo não se manifesta num pedaço de pano, por mais bonito que seja. O gremismo é algo maior, que vem de dentro, faz o coração pulsar forte e nos sentir seres especiais, tão especiais que cada vez que alguém me pergunta se sou gremista, respondo ‘sim, graças a Deus’.

O Grêmio vai desfalcado e isso seria um indicativo que um empate já será bom resultado. Bom resultado é a vitória, sempre.

Então, o Grêmio não pode jogar mirando o empate, porque aí não será o Grêmio que a torcida quer. É claro que dependendo das circunstâncias do jogo em si o empate poderá, ao final, ser saudado e até festejado. Mas nunca antes.

Até porque os tais desfalques são questionáveis.

A começar pelo Barcos, que muita gente quer ver pelas costas faz tempo. Com Felipão ele deu uma melhorada, mas ainda não é aquele centroavante dos sonhos.

Ramiro é outro que está distante da unanimidade como titular, ao contrário. Mas é um jogador útil, pegador, combativo. Gosto dele.

Matias Rodriguez, então, é uma incógnita. Por enquanto, me parece que ele vai consagrar Pará. De qualquer modo, não é uma falta a ser lamentada.

Luan sim, este faz falta. Mas tem gente que não gosta dele, são poucos. É uma pena Luan não poder jogar.

Agora, sua ausência facilita para que Felipão arme um esquema mais fechadinho, com volantes em profusão.

Felizmente, são volantes que se dão bem com a bola.

Acredito na vitória sobre o Flamengo.

INTER

Quem for ao Beira-Rio amanhã terá a oportunidade de ver um treinador que boa parte da imprensa admira: ARgel. Sim, porque vira e mexe sugerem Argel para o Grêmio, nunca para o Inter. É como o Lisca. Ah, e o Roth, que está desempregado de novo…

Pois Argel diz que vem para tirar pontos do Inter.

Não duvido que atinja o objetivo. Outros treinadores de equipes modestas já conseguiram, e nem faz muito tempo.

Feliz porque só tem o Brasileirão para disputar – é o que ele queria e deixou claro, dedicação exclusiva ao Brasileirão – o técnico Abel está obrigado a vencer o modesto time do Figueirense.

Caso contrário, o mundo vai desabar sobre sua cabeça talvez em forma de guilhotina.