Para um time que tem tanta dificuldade de fazer gol, vitória por 1 a 0 é goleada.
Vencer é o que importa. Todos nós que gostamos de futebol e torcemos por um time precisamos nos convencer que vencer é melhor que convencer.
Vencer e convencer é o ideal, mas não há clube algum neste Brasileirão que jogue um futebol verdadeiramente admirável. O Cruzeiro, que foi amassado na Libertadores, é o que mais consegue jogar um futebol de qualidade. O resto vai pra vala comum da mediocridade técnica e tática.
Assim como os colorados devem soltar foguetes pela vitória sobre o Atlético PR por 1 a 0, também os gremistas devem festejar o 1 a 0 sobre a Chapecoense.
O que importa são os três pontos. O resto é o resto e choro de quem gostaria de ver mais qualidade nesses vitórias minguadas, de gol chorado.
O que importa para os gremistas é que o Grêmio se mantém perto da zona da Libertadores e, para os colorados, que o Inter se mantenha lá.
Título? É pedir demais. Com folhas de pagamentos que giram em torno de 8 milhões de reais, a dupla teria de estar mais qualificada.
Grêmio e Inter venceram seus jogos com extrema dificuldade. Até os gols foram parecidos, bolas espirradas que caem na cabeça ou no pé do atacante.
No Inter, apareceu a cabeça do He Man que cada vez mais é menos He Man, assim como o Gladiador já não acompanha Kleber faz tempo.
No Grêmio, apareceu Dudu, quebrando um longo jejum, uns 20 jogos sem balançar as redes. E quase que ele perdeu o gol.
Mas Dudu foi o melhor jogador do time do meio para a frente. Atrás, ninguém foi melhor que Geromel.
Marcelo Grohe, que não foi tão exigido dessa vez, se consagra na Brasileirão. Já são 628 minutos sem levar gol, é recordista no Grêmio.
O grande problema gremista continua sendo a pouca efetividade do ataque. As chances são criadas, mas normalmente há erro no último passe ou na conclusão.
Contra a Chapecoense, o time errou demais em termos ofensivos, mas criou situações para ampliar e ter uma vitória mais tranquila.
O gol da vitória por pouco não aconteceu. Barcos deixou Luan em condições de marcar. Luan tentou driblar o goleiro e perdeu a jogada. Por sorte, a bola caiu nos pés de Dudu, que chutou forte e por detalhes um zagueiro não desviou debaixo da goleira.
Então, cada gol gremista é assim, difícil, um parto. Seria pior se as chances não aparecessem.
Felipão está certo ao treinar finalizações e pedir mais calma a seus jogadores na hora de definir a jogada, seja num cruzamento, num último ou penúltimo passe.
Dudu com Felipão evoluiu muito. Ainda não é o atacantes dos sonhos, mas ele está se destacando, tanto como atacante mesmo como marcador. É comovente sua dedicação.
Até já está superando Pará, que fez boa partida, mas que voltou a errar no passe ou cruzamento quando foi ao fundo.
Há muito o que acertar, mas é visível que o time está evoluindo.
Agora, falta o de sempre: qualidade. E não é só para o Grêmio.