Com uma atuação espetacular, o Grêmio conseguiu bater o Avenida em pleno estádio dos Eucaliptos, por 3 a 1, recuperando-se plenamente do acidente de percurso que foi a derrota para o Aimoré, no meio da semana.
Tirando o exagero grosseiro, que nem o mais gremista dos gremistas cometeria, vi alguns avanços no time neste domingo em Santa Cruz do Sul. Considerando-se que é um time em formação e, pelo jeito, em ritmo de ‘quem sair por último apaga a luz’, é preciso exercer a tolerância e a benevolência, sob pena de cair em desespero e já começar a enxergar um certo fantasma que se insinua no segundo semestre de cada ano.
Diante disso, declaro que o Grêmio já tem uma defesa definida em nomes. Tem um baita goleiro e um baita zagueiro, Rodolpho. Tem o Geromel, que é muito bom, e o Erazo, este ainda a ser melhor observado.
O que é mais importante no momento é a questão das laterais, porque o Grêmio ‘perdeu’ os dois titulares. Ficou a expectativa. Penso que é unanimidade, neste momento, que Júnior é o cara da lateral-esquerda. Está aí um jogador de futuro brilhante.
Resta a direita. Pois quero declarar que o Gallardo é melhor que o Pará. E isso já é muito bom. Somando e diminuindo qualidades e defeitos de cada, fico com o Gallardo. Minha primeira impressão sobre ele, que se trata de um bom cruzador de bola, foi confirmada. Ele tem o cruzamento com ‘efeito procurante’. O segundo gol foi assim, ele cruzou na medida para Marcelo Moreno, à meia altura, o zagueiro, acossado, mandou pra dentro, até porque esse tipo de bola vem com efeito, o tal ‘efeito procurante’ (quem não sabe o que é que consulte o Maurício Saraiva.
No meio de campo, ainda muitas indefinições, mas há jogadores jovens em condições de titularidade sem qualquer dúvida. Sem contar que o Giuliano um dia, imagino eu, poderá voltar a jogar futebol sem nenhuma desculpa de problema físico a atormentá-lo.
Ao contrário de muita gente, gosto do Marcelo Oliveira, é um jogador útil pela versatilidade. No segundo tempo de hoje ele foi muito bem. Felipe Bastos é que outro que conta com a minha simpatia. Marca e arma, sem ser um primor nas duas funções, mas é eficiente. Antes que alguma trombeta soe no meu aparelho auditivo, lembro que o gol contra começou com uma metida de bola do FB para o Gallardo.
O terceiro gol, este de Marcelo Moreno mesmo, foi obra de um cruzamento. Não sei de quem. Moreno saltou mais alto e mandou para a rede. Tenho sérias dúvidas se Barcos faria esse gol, perdoem-me as viúvas. Com a venda de Barcos, o ideal seria manter Moreno, até porque seus substitutos atuais são insuficientes. Perder Moreno agora seria temerário, mas também não é nada que não possa ser resolvido em curto prazo, talvez até com custo/benefício melhor.
Mais uma vez gostei de Lincoln e Éverton. E de Luan, que para mim já é uma afirmação. Sua expulsão foi um exagero do árbitro.
Então, o meu time, hoje, seria com dois volantes. Pode ser até a dupla que jogou hoje.
Uma linha de três: Luan, Éverton e Lincoln. Douglas no banco. Na frente, Moreno. Lucas Coelho seria o reserva imediato.
Ah, Moreno entrou no jogo como quem faz um apelo: ‘Eu quero ficar’.
O Grêmio está tomando forma. É preciso ter paciência, tolerância e, principalmente, vitórias pra dar moral à gurizada.
CELSO ROTH VEM AÍ?
O presidente Vitório Piffero, que pra inocente e ingênuo não serve, sabe o que está fazendo quando questiona publicamente o técnico Diego Aguirre.
O dirigente, com forte resquício de cartola neste começo de gestão, cobra mais gente pra marcar do que pra atacar.
Fico me perguntando: ele não sabia que tipo de treinador não estava contratando? Não conversou com ele para saber de suas ideias? Não observou suas equipes?
O mínimo que se exige de uma direção é que saiba escolher os profissionais a partir de suas convicções sobre futebol.
Esse Aguirre ‘ofensivista’ está em processo de fritura.
Estão asfaltando o caminho para a volta de Celso Roth, um defensivista de carteirinha, como o presidente oculto – ou nem tanto – Fernando Carvalho.