Felipão ainda tem muito crédito com os gremistas. A grande maioria reconhece seu esforço para formar uma equipe competitiva a partir de jogadores médios e/ou superados, jovens oriundos da base e apenas dois inquestionáveis no momento, Grohe e Rodolpho.
Depois do golpe sofrido na Copa do Mundo, o técnico corre o risco de outro tombo, chamuscando mais um pouco sua biografia vitoriosa.
A meu ver, Felipão está sendo mais do que profissional, gremista.
Pois bem, ele precisa demonstrar esse gremismo também nas declarações, na postura. Não pode sair por aí dizendo que vai torcer pelo Inter na Libertadores.
Ele não tem motivo nenhum para ser simpático ao maior rival.
Em meio a uma série de resultados negativos – alguns inaceitáveis até para um time em formação – em nada acrescenta anunciar apoio ao Inter.
A torcida gremista está machucada, ferida. Felipão deveria ao menos respeitar isso. Esquivar-se de tornar pública essa intenção.
Felipão calado é um poeta, diria Romário.
O momento é de fechar a boca e trabalhar. Se for para falar que seja para cobrar reforços. E só. De preferência nas internas.
Se quiser torcer pelo Inter, que o faça. Mas sem publicidade. Em silêncio.
Com esse tipo de declaração, absolutamente inoportuna, Felipão decepciona e revolta gremistas e não conquista colorados.
O pior é que Felipão tem folha corrida nesse aspecto.
Em 1999, Felipão treinava o Palmeiras. Jogo no Beira-Rio. Uma vitória paulista rebaixaria o Inter para a segundona.
Ele comentou que não gostaria de ser conhecido como o técnico que rebaixou o Inter.
O Inter venceu com gol de Dunga. Um gol, digamos… É melhor rever:
Em 2006, Felipão revelou que torceria pelo Inter na Libertadores. Repetiu a dose no mundial, contra o Barcelona.
http://esportes.terra.com.br/futebol/mundialdeclubes2006/interna/0,,OI1307644-EI7899,00.html
Enquanto isso, Adilson, o ‘capitão América’, afirmou que secaria o Inter, o que causou ira em alguns setores da imprensa.
No mínimo, Adilson respeita mais o sentimento dos gremistas.