Empate justo no Gre-Nal da integração

Qualquer análise do Gre-Nal passa pelo seguinte fato: o time reserva, ou misto frio, do Inter empatou com os titulares do Grêmio. Só esse dado já mostra a diferença que existe hoje entre as duas equipes. Uma diferença que há muito tempo eu não via.

Nem quero imaginar como seria o clássico se o Inter viesse com força máxima.

É claro que o Inter teve quase todo o estádio a seu favor, e isso fortaleceu um pouco mais o time que Aguirre colocou em campo. Há que se destacar, ainda, que alguns reservas momentâneos do time colorado seriam titulares do Grêmio. Cito Anderson e Alex, que dariam muita qualidade ofensiva ao Grêmio, qualidade que anda faltando faz tempo.

Ou o Grêmio se qualifica com mais um meia de articulação para o lugar de Dougas e de um centroavante que imponha respeito e faça gols, ou…

Isso posto, vamos a uma análise do time que Felipão mandou a campo.

Primeiro, estranhei a escalação de Matias Rodriguez, surpreendente. Pois o argentino jogou muito bem, em especial em comparação com ele mesmo. Marcou, foi determinado e raçudo. E olha que o Inter explorou bastante o seu lado. Nasce um lateral-direito titular?

A defesa como um todo foi bem, mas pra mim o melhor foi Erazo. Ganhou quase todas as bolas pelo alto e venceu o duelo com Nilmar. No final, inclusive, Erazo afastou de cabeça uma bola que tinha direção de nilmar, junto a trave esquerda.

Marcelo Oliveira teve altos e baixos, os baixos em suas investidas ao ataque. Irritante. Júnior com certeza faria melhor.

No meio de campo, Wallace conquistou de vez a posição, e chega de invenção ali. Araújo fez um vai e vem discreto. Tanto que saiu para dar lugar a Giuliano. Giuliano entrou bem, teve uns 15 minutos de boa contribuição. Depois, caiu.

Felipe Bastos também alternou bons e maus momentos. Mais acertou do que errou. E, claro, continua devendo como bom arrematador, fama que o precedeu e que até agora não justificou.

Douglas é aquele que cara que chama o jogo, retém a bola e tenta fazer a melhor jogada com bolas enfiadas. Como se sabe, quem arrisca o passe final tem mais chance de errar do que aquele burocrata do toque para o lado ou para trás. Não tenho dúvida de que o Grêmio precisa alguém superior para a posição. Mas para ser justo não posso ignorar que saíram dos pés de Douglas alguns dos melhores lances ofensivos. Mesmo assim, é preciso alguém mais dinâmico para a função, alguém que invada a área a drible também. Por enquanto não vejo ninguém melhor no grupo gremista. Assim, vamos convivendo com Douglas da melhor maneira possível.

Na frente, Mamute foi uma grata surpresa. Ao menos para mim e muitos que conheço e que, como eu, já haviam decretado a extinção do Mamute – não pude evitar essa. Mamute foi perigoso, teve personalidade, driblou e chutou. Por enquanto, é titular do ataque. Francisco Coelho, patrono do boteco, é ficha um nessa aposta.

Outro jovem, o Lincoln, confirmou que precisa e merece ficar no time. Atrevido e com boa visão de jogo, enfrentou a marcação com destemor e técnica. Nunca se intimidou. Pelo contrário, parece que gosta de encarar os grandalhões, como fez com Paulão.

Felipão está acertando o time com o material humano que lhe foi disponibilizado – por favor, não pensem que ele preferiu Douglas ao Conca. O fator financeiro pesou em todas as indicações do técnico. Fora isso, ele é obrigado a fazer experiências até encontrar o melhor time. Portanto, é injustiça dizer que ele inventa.

No final, entrou Everaldo no lugar de Mamute, cansado. O time sentiu a mudança em termos ofensivos. O ataque morreu.

O Inter cresceu no final e por pouco não marcou.

No final das contas, o 0 a 0 desagradou gremistas e colorados. A vitória para qualquer um dos lados foi uma questão de detalhe.

Arbitragem

Sem outro juiz em campo, o D’Alessandro, o Gre-Nal transcorreu tranquilo. O erro maior foi do bandeira Marcelo Barison, que anulou um ataque em que Mamute entrou na área para marcar, depois de dar um corte no zagueiro. Barison viu impedimento. Jean Pierre foi relativamente bem.

Integração

Um sucesso a iniciativa de misturar gremistas e colorados. Antes do jogo, porém, o mundo real: pancadaria entre os bagunceiros de sempre.