Depois de arrancar um empate em Rio Grande com uma mãozinha do sr árbitro humano, o Inter passeou no Beira-Rio. Venceu por 3 a 1, mas poderia ter feito uns dois ou três gols a mais. Foi um vareio, como a gente dizia nos tempos de pelada em Lajeado.
Deu a lógica. Até porque o Inter é muito superior ao Brasil e o Grêmio ao Juventude. Não preciso mudar uma linha do que escrevi mais abaixo, no sábado, após a vitória gremista.
Valdívia, de futebol moleque e atrevido, está mais participativo, menos fominha em outras palavras. Foi o grande destaque do jogo.
Considerando todos os fatores que envolvem a decisão, incluindo aí o fato de que a arbitragem será mesmo da federação noveletense de futebol, aponto o Inter como favorito ao título.
Além de ter um grupo financeira e tecnicamente superior ao do Grêmio, o Inter tem sido favorecido pelas arbitragens do pessoal Abaixo do Mampituba. São erros humanos, claro.
Erros que se sucedem para os dois lados, mas na grande maioria das vezes a favor do Inter. Talvez até em função de o presidente da federação ser conselheiro colorado. Os árbitros na dúvida pendem para o clube do patrão. Seria algo inconsciente, não planejado, não premeditado, porque estamos falando de pessoas honestas até prova em contrário. Sem que alguém queira, há um tipo de condicionamento.
No final das contas acho que é pura coincidência. O ruim é que essas coincidências acontecem já faz tempo.
Em 2012, depois de perder dois de seus jogadores mais importantes na época, Kleber e M. Fernandes, vitimados por entradas muito duras sem punição compatível ao delito, o presidente tricolor, o sr. Paulo Odone, declarou guerra à federação.
Não adiantou nada, assim como não adianta o protesto feito pelo atual presidente, Romildo Bolzan. Mas, ao menos, fica o registro.
Penso que o Grêmio deveria entrar com um pedido formal de arbitragem de fora. Pior do que está com certeza não vai ficar.
MAMUTE E MÁRIO FERNANDES (texto escrito sábado à noite)
Não pude deixar de lembrar da violência cometida contra Mário Fernandes num Gre-Nal de 2012, arbitragem de Leandro Vuaden – já escalado, com Daronco, para um dos jogos da fase final do Gauchão – quando vi Mamute estirado no campo, se contorcendo de dor, vítima de uma entrada dura, que atingiu a bola, é verdade, mas varreu tudo o que havia pela frente, principalmente o tornozel0 direito do atacante gremista. O jovem atacante ainda tentou jogar, mas durante uma arrancada para tentar o gol o problema se manifestou com mais intensidade.
Recuando no tempo: o lateral do Grêmio vivia seu melhor momento depois de um período de instabilidade. Sofreu uma voadora frontal, caiu, e só voltou a jogar meses depois. O sr. Vuaden sequer deu cartão amarelo para o agressor, um desses zagueiros que saiu do nada para lugar algum. Não há gremista que não lembre dessa violência e, especialmente, da decisão absurda sr. Vuaden, que começou ali a construir a fama de ‘juiz colorado’ entre os gremistas.
Poucos jogos depois desse que vitimou M. Fernandes, foi a vez de Kleber ser violentamente atingido. Kleber que estava muito bem, ficou afastado longo tempo. A direção do Grêmio na época declarou guerra à FGF, fato semelhante ao que acontece agora. Quer dizer, os fatos se sucedem no regional e sempre prejudicando o Grêmio.
Bem, voltando aos tempos atuais. Mamute, que foi ovacionado quando começou a aquecer para substituir Braian Rodrigues, estava vivendo seu melhor momento, depois de um período de muitas incertezas. Mamute se encaminhava para ser titular, já que Braian segue sem marcar, apesar de algumas participações importantes. Mamute conquistou a torcida. Agora, ficará fora no mínimo por alguns jogos. Está fora do Gre-Nal – sim, nada vai tirar o Inter da decisão.
O árbitro Jean ‘Damião’ Pierre, que sequer advertiu o jogador do Juventude, pode ficar marcado como seu colega. Tudo vai depender do tempo que Mamute ficará sem jogar. A entrada do zagueiro do Ju pode não ser sido maldosa, mas foi com força excessiva.
O certo é que Mamute fará falta como uma alternativa interessante, caso se confirme a gravidade da lesão. Estando à disposição, poderia ser até escalado para começar o jogo, como querem alguns.
De minha parte, continuo apostando no atacante uruguaio.
É fato que nos últimos jogos Braian perdeu uma chance de gol por partida. Neste sábado, entrou livre após lançamento de Giuliano – o melhor em campo e autor da belíssima jogada no gol de Luan, o segundo melhor do jogo – e tentou desviar do goleiro, que saiu muito bem, mas um atacante mais habilidoso o teria encoberto. Luan, por exemplo. Não sei se Mamute teria feito gol nesse lance. Mamute provou que é bom, que é útil, mas não parece vocacionado a ser goleador.
Sobre o jogo, o primeiro tempo foi quase impecável. O Grêmio dominou amplamente, criou algumas chances e anulou o ataque do Ju, que teve muita felicidade em marcar um gol, um belo cabeceio do atacante Douglas, quase no final do primeiro tempo.
No segundo, o Grêmio continuou controlando o jogo, mas com dificuldade de criar chances de gol. Méritos do Ju, que soube marcar. Mas o Grêmio insiste em tocar muito a bola pelo meio, onde o adversário congestiona e aperta a marcação.
A entrada de Mamute era para abrir a defesa e dar outra opção de jogada ao time. São raras as jogadas pelos flancos. Marcelo Oliveira tem ido pouco ao fundo. Matias vai mais pela direita, mas seus cruzamentos tem sido tão eficazes quanto eram os de Pará. Está faltando um cruzamento pelo alto, uma bola pesada, para aproveitar melhor o forte de Braian.
O Grêmio exagera no toque curto, mas ao menos fica com maior posse de bola. Resta traduzir esse volume de jogo em gols.
Esse o desafio de Felipão para ganhar o Gre-Nal.