Nunca pensei que fosse dizer isso, mas não dá pra segurar: Ramiro está fazendo falta neste momento. Seria meu titular no Gre-Nal.
Só pra provocar: Ramiro e mais dez.
Não adianta, por mais que eu goste de ver o time atacando, agredindo, encurralando o adversário até o nocaute, gosto ainda mais de ver a minha defesa se impondo, não permitindo situações de gol ao inimigo. Está bem, inimigo não, adversário. Nesses tempos de politicamente correto a hipocrisia campeia e se alastra como fofoca nas redes sociais.
Só de pensar no Grêmio jogando com dois volantes como Maicon e Felipe Bastos penso nos anos 70 e uma frase fica martelando: Gre-Nal se ganha no meio de campo.
Não consigo ver esse quarteto formado pelos dois volantes citados e dois meias como Douglas e Giuliano dominando o setor crucial de um jogo. Contra adversários menores eles deram conta do recado. O teste mais forte será o Gre-Nal de domingo na Arena.
O Inter tem bons marcadores e meias inquietos e habilidosos. Valdívia é capaz de decidir um jogo se não tiver marcação forte, de cima. Sem falar no D’Alessandro, que além de jogar bem atua também como árbitro, ao menos no Gauchão. Lá pra cima ele se comporta. Aqui, parece ter carta branca para fazer o que quiser.
É por essas e outras que defendo um meio de campo mais pesado, mais pegador. Por isso, Ramiro faz falta. Não para enfrentar um Juventude ou um Caxias, mas para esses jogos encardidos, duros, contra um inimigo, digo, um adversário tecnicamente de alto nível. Se não tem Ramiro, há Wallace.
Eu, cagão assumido, começaria o Gre-Nal com Wallace, mas com ordem expressa de jogar apenas no campo de defesa. Nunca ultrapassar a linha do meio de campo.
Felipe Bastos e Maicon seriam os volantes com mais liberdade para avançar, e ambos tem qualidade para isso.
Mas quem sairia? Essa é a questão.
Tenho duas ideias:
primeira, Braian sobra. Luan faria a função mais avançada, jogando mais centralizado, mas abrindo para os lados para permitir o ingresso de Douglas e Giuliano, que também revezariam nessa função de ‘centroavante’.
a segunda hipótese seria começar sem Douglas, de preferência, ou Luan, mantendo Braian. Douglas está indo bem, sem dúvida, mas vejam o nível dos adversários no Gauchão. O problema é que hoje ele é o centro de gravidade do time. Tem muita experiência, e todos nós sabemos que experiência é importante numa decisão. Mas ainda arriscaria começar com Luan, deixando Douglas no banco.
Se Felipão é o Felipão da Copa, com seu esquema faceiro – para o meu gosto – ele vai começar com o time que vem ganhando.
Se ele ainda guarda um pouco do velho Felipão vencedor, vai com um meio reforçado, armado para não levar gol, e a partir daí, com solidez defensiva e objetividade no ataque, construir a vitória.
Que Felipão não esqueça: Gre-Nal se ganha no meio-campo.