D’Ale tenta desviar o foco da crise técnica

O inquieto D’Alessandro soltou o verbo em seu portunhol característico para pedir que os torcedores do Inter, um tanto acabrunhados pela série de resultados negativos e atuações preocupantes – para eles, colorados -, parem de ouvir rádio e ler jornais, e sigam seu exemplo: joguem playstation com o filho.

O camisa 10, que não é bobo, muito ao contrário, só esqueceu de sugerir aos colorados que não olhem a tabela de classificação do clube no Brasileirão, competição que o Inter não vence desde 1979 – e lá se vão 35 longos anos. Trinta e cinco. Lembro-me que o presidente Piffero, em atividade misteriosa na Europa, prometeu que neste ano o Inter brigaria pelo título do Brasileirão, onde o time milionário que montou está a 3 pontos da zona de rebaixamento e a 10 pontos da liderança.

Ao culpar a mídia esportiva de estar exagerando nas críticas – todas, aliás, pertinentes -, D’Alessandro chama ‘o jogo para si’, como costuma fazer dentro campo. Tira o foco do time e, principalmente do treinador amigão, sempre disposto a dar folga para os jogadores, em especial o líder do grupo. Como não defender o técnico que o poupou de uma desgastante e chata viagem cheia de escalas a Recife?   

O problema é que D’Alessandro acabou assumindo um compromisso perante o torcedor. O compromisso de mostrar que o time está bem e que, apesar dos últimos insucessos, tem tudo para se recuperar no Brasileirão e, especialmente, buscar o tri da Libertadores, e que tudo o mais é coisa da imprensa.

Agora, o argentino enfezado vai ter que começar a mostrar jogo já a partir desta quarta-feira, contra um Flamengo que vem aí disposto a cometer um crime. Se não conseguir, as vaias ouvidas domingo poderão ocorrer de novo, só que mais intensas. E aí, irritado, D’Alessandro talvez volte a ameaçar, com as veias do pescoço dilatadas, que pode ‘pular da barca’ se a torcida estão tão insatisfeita.

 

ÍNDIO CONDÁ

No local onde o Inter levou 5 a 0 recentemente, o Grêmio tem tudo para consolidar sua posição no topo da tabela, e quem sabe até assumir a liderança. Será quase como jogar na Arena. Há muitos gremistas em Chapecó.

A Chapecoense faz boa campanha e tem conseguido alguns resultados surpreendentes – nenhum, porém, como a goleada sobre o Inter no Brasileirão passado.

Se o Grêmio conseguir manter a pegada e a compenetração que vem apresentando, ganha o jogo.

Wallace é um desfalque importante, mas Edinho já mostrou que pode dar conta do recado.

Roger Machado é mesmo um milagreiro.