Uma goleada secular. A última goleada de 5 a 0 sobre o Grande Rival foi em 1910. São 105 anos. A continuar nesse ritmo, nenhum de nós estará aqui para ver outra goleada tão demolidora. Só isso já demonstra o peso desse resultado estrondoso, um resultado que ficará na memória das duas torcidas por muitos e muitos anos.
O momento não é de explicações, teses e tudo mais. O torcedor gremista só quer saber de festejar. Não me surpreenderia se grande parte da torcida tomasse de novo a avenida Goethe. Mas ninguém imaginava que poderia ocorrer uma goleada. Afinal, o time gremista vinha de algumas atuações preocupantes e resultados frustrantes.
Então, ninguém se preparou para uma grande festa, neste momento restrita às redes sociais, com muita gozação saudável e brincalhona.
O Grêmio, claro, entrou como favorito. Arena tomada de gremistas, Inter em turbulência. Técnico substituído por um interino, D’Alessandro fora do jogo. Favoritismo tricolor, sem dúvida. Mas em Gre-Nal tudo pode acontecer. O pior ganhar do melhor é algo comum, o que é raro mesmo é uma goleada como essa: 5 a 0. E poderia ser mais.
O Grêmio começou a ganhar quando foi escalado um árbitro de fora. Algo que defendo desde que me conheço por gente, e mais nos últimos com a federação gaúcha comandada por um colorado que parece não ter noção do cargo que ocupa.
A arbitragem do sr Dewson Freitas da Silva foi impecável, importante para a vitória. Ele deixou o jogo correr, não fez cena, foi contido nos gestos e nas decisões. É preciso levar em conta que ele não teve a parceria do dublê de jogador e juiz, o D’Alessandro. Agora, duvido que o argentino ousasse tomar o apito do sr Dewson.
Duvido também que um árbitro gaúcho marcasse o pênalti do goleiro Alison em Giuliano, um pênalti que Douglas desperdiçou, mas que procurou compensar depois com muita dedicação e aplicação tática. É óbvio que Douglas seria crucificado se a vitória não viesse. Eu mesmo colocaria o primeiro prego.
Feito o destaque da arbitragem, vamos aos verdadeiros protagonistas do grande espetáculo apresentado pelo Grêmio em sua casa, perante o seu povo.
Começo com Luan, definido pelo técnico Roger Machado como um ‘jogador impressionante’. Luan marcou dois gols e deixou tonta a marcação colorada.
No mais, todos os jogadores do Grêmio estiveram em nível elevado. Na linha defensiva, destaco Erazo. Todos foram bem, mas Erazo foi vítima de muito preconceito, e eu sempre o defendi. E mais, torço por ele, que praticamente pediu para vestir a camisa tricolor. Erazo foi espetacular na defesa e ainda participou do segundo gol com técnica e força.
No meio de campo, impossível não elogiar a dupla Maicon e Edinho. Confesso que temia a presença de Edinho. Mas o ex-volante foi como um ‘tigre’ na frente da área. Lembro que o jogo estava indefinido e ele impediu um gol de Lisandro. No final do jogo, vibrava como se gremista fosse.
A goleada começou com um gol do segundo maior destaque do jogo: Giuliano. Jogou demais e foi compensado com um belíssimo gol, aos 34 minutos. Logo depois, Marcelo Grohe salvou numa conclusão de Wellinton. No finalzinho do primeiro tempo, o gol de Luan, chutando de fora da área, rasteiro, sem muita força, mas bem no cantinho direito. Penso que Alison saltou tarde. O Grêmio foi para o vestiário com uma vantagem tranquilizadora.
Ninguém poderia imaginar que nos 45 minutos seguintes aconteceria o massacre.
Logo aos 3 minutos, Luan ampliou, após cruzamento da esquerda de Pedro Rocha, outro que infernizou a marcação em alguns lances. Luan demorou a concluir, mas acabou mandando a bola para a rede. A jogada começou com um chute de Edinho, que desviou na zaga.
Esperto, Roger colocou Fernandinho para aproveitar os espaços que o Inter deixava atrás no desespero para reagir. Fernandinho foi lançado e entrou livre pela direita, driblou o goleiro e fez 4 a 0. O quinto gol saiu de uma jogada de Fernandinho. Rever tentou interceptar o cruzamento e marcou contra.
Com os 5 a 0, a torcida gritou olé várias vezes. Ficou evidente que se o Grêmio apertasse mais poderia ampliar a vantagem.
A Arena está incorporando a alma gremista e começando a fazer história.