Esse juiz, o Ricardo Marques Ribeiro, vai comer o pão que o diabo amassou neste Gre-Nal.
É jogo de altíssimo risco.
Seria pior se o juiz fosse local. Mas bem que o clássico merecia um juiz mais disciplinador, alguém que se imponha e não deixe que determinado jogador metido a juiz apite o jogo.
Um juiz que não permita que o fair play seja pisoteado debaixo de suas fuças como aconteceu na vitória colorada sobre a Ponte Preta, quando o gol da vitória aconteceu 35 segundos depois que a bola não foi devolvida ao adversário.
Nem vou comentar o fato de que nos últimos três anos o Grêmio não venceu um jogo sequer com esse mineiro, conforme estatística publicada no cornetadorw deste sábado. Bem, pela lei das probabilidades, que ainda não foi revogada, se aproxima, então, a primeira vitória gremista com o Ricardo Ribeiro.
Mas o que me faz prever um jogo muito tenso, em que qualquer fagulha pode levar a um incêndio de proporção imprevisível, é que este Gre-Nal tem alguns componentes perigosos.
O primeiro: o Grêmio neste momento é bastante superior ao rival, que joga em casa, mas desfalcado de alguns titulares decisivos como Valdívia. Mas o colorado nem quer saber disso, quer superação, quer vitória.
O segundo: o Inter entra em campo com uma goleada entalada na garganta. A torcida exige uma resposta que talvez o time não tenha condições de dar em função do futebol que vem apresentando, o que pode gerar um ambiente de tensão acima da média de outros clássicos.
O terceiro, e o mais importante: para equilibrar o jogo o Inter talvez tente se impor à força, incentivado e amparado por sua torcida e sob os olhos de um juiz titubeante disciplinarmente. Um juiz que precisará de pulso firme para neutralizar as tentativas de D’Alessandro se apossar do apito. Um juiz que terá de ficar atento às tentativas do time mais fraco no momento de equilibrar o jogo cavando expulsão desde os primeiros movimentos.
Como já dizia Newton, “toda ação provoca uma reação de igual ou maior intensidade, mesma direção e em sentido contrário”.
Enfim, de um lado um time sereno, com um treinador comedido; de outro, um time que joga sob a desconfiança de sua própria torcida e sob comando de um treinador, digamos, explosivo, com o agravante de estar sob forte pressão.
Espero estar errado e que o Gre-Nal transcorra dentro da normalidade. Se isso acontecer, ganha o Grêmio.