Nos últimos dias preguei o otimismo, a tolerância e a esperança. Defendi o time não por suas qualidades nem por seus defeitos, mas por ser o time que a diretoria conseguiu montar. Sabia de suas limitações, mas larguei de mão a crítica e a corneta em prol do nosso objetivo maior.
Hoje, depois da paulada de ontem no México, o otimismo fugiu pra debaixo do tapete. A tolerância está moribunda. Só restou mesmo, forte e compreensiva, a esperança.
Tenho esperança que a derrota por 2 a 0 logo na largada da Libertadores – diante de uma equipe que jogou quase uma hora com dez – tenha ocorrido principalmente por causa da altitude.
Que a altitude ajude a explicar a placidez dos jogadores como ruminantes rumo ao matadouro. A falta de indignação depois de levar o primeiro gol de um time que tinha um jogador a menos foi algo irritante, para abalar qualquer esperança de uma reação imediata.
Minha convicção de que o time tem condições de brigar pelo título ficou abalada.
Se Bolaños tiver toda essa capacidade técnica que lhe é atribuída as chances aumentam.
O problema é o fardo que o atacante terá de carregar: dois laterais inconfiáveis, uma zaga capenga pela falta de um companheiro para Geromel, e um meia que se arrasta esperando dar uma metida a qualquer momento. Aliás, coube a Douglas criar a melhor situação do Grêmio – a tal uma bola só -, quando ele deixou Éverton na cara do goleiro, em condições de escolher o canto. Mas Éverton é o Éverton, e isso significa acabamento imprevisível.
Mas Éverton, assim como Douglas, foi dos poucos que não sucumbiram plenamente. Foram participativos e interessados.
Tenho dificuldade de dizer o mesmo de Luan, que pareceu cansado, enfarado, triste. Sim, Luan parecia triste, contrariado com alguma coisa, ou até com ele mesmo.
Pior ainda foi Giuliano, que parecia um fantasma em campo. Giuliano foi completamente apático.
Diferente de Edinho, um leão no jogo, inclusive dando umas chegadas mais fortes. Edinho se mostrou inconformado com a pobreza, a indigência do futebol gremista.
Maicon é outro que deu o máximo. Tentou organizar o time, foi presente na marcação e tentou criar jogadas no meio.
O fato é que de um modo geral todos estiveram abaixo do futebol que já mostraram.
E quando o time todo não vai bem – tenho isso como regra – a responsabilidade é do treinador. Unicamente do treinador.
Por isso, torço que a principal razão do fracasso diante do mediano Toluca tenha sido mesmo a altitude, diminuindo o percentual de culpa de Roger e seus comandados.
Caso contrário, o que aconteceu no México irá repetir-se.