Milhares de pessoas foram às ruas nesta noite (dia 16) para protestar contra a nomeação de Lula como ministro de Dilma, motivadas ainda pelo vazamento de gravações arrasadoras de conversas do ex-presidente com a presidentA e outros menos votados, mas tudo muito comprometedor, revoltante mesmo.
Ninguém combinou de tomar as ruas das principais cidades do país. Em Porto Alegre foram 25 mil manifestantes pedindo a cabeça de Dilma. E de Lula. Tudo muito espontâneo. A minoria silenciosa decidiu reagir.
Isso tudo para comentar a situação de Roger e de Douglas. Reconheço a qualidade técnica de Douglas. Mas o corpo dele já não obedece mais a cabeça. Acontece muito comigo quando jogo minhas peladas, cada vez mais raras. Eu penso que consigo fazer determinada jogada, mas na verdade já não posso.
O cérebro pode ser traiçoeiro como uma cotovelada no rosto num jogo de futebol.
Douglas – e eu cansei de escrever o mesmo aqui em relação a D’Alessandro – está envelhecendo. Está numa descendente como jogador de futebol. Isso é visível. É notório.
Insistir com Douglas como titular é colocar em risco o maior objetivo do Grêmio na temporada. Ou conquistar a Libertadores não é a prioridade das prioridades? Se não for, tudo bem, mantenham Douglas titular.
Agora, se o foco é a Libertadores é preciso uma correção de rumo, de estratégia.
Cabe ao técnico Roger Machado, que fez um trabalho espetacular em seus primeiros meses de Grêmio, e depois foi caindo até chegar ao ponto atual: questionado pela torcida que antes o reverenciava. Futebol é assim. Nada é permanente.
Vejam o técnico Marcelo Oliveira, multicampeão. Fracassou no Palmeiras.
Roger começou bem no Grêmio, mas já não consegue devolver o padrão de jogo que o time teve até poucos meses atrás.
Se ele não resolver imediatamente essa questão com Douglas – entre outras, como a lateral-esquerda -, Roger corre o risco de retroceder em sua promissora carreira.
Antes que a torcida ganhe as ruas e surjam os primeiros gritos de ‘fora, Roger!’, é melhor que o treinador gremista revise conceitos e, principalmente, pare de ouvir velhos companheiros defensores de um time com ‘sangue nos olhos’, que ‘chega junto’ e que explora chutões para um camisa 9, alto e espadaúdo, dispute com a zaga e a bola sobre para um companheiro.
Esse tipo de jogada até tem o seu valor como alternativa para a reta final de um jogo encardido – foi assim que surgiu o gol de empate com o San Lorenzo -, mas quantas vezes isso foi tentado sem qualquer efeito positivo ao time?
Roger deve seguir o modelo atual, mas com ajustes como efetivar Lincoln como titular, e dar mais chances para jovens como Tontini, Kaio, Pedro Rocha e Hermes.
Roger, não faça como Dilma e Lula, não desafie a força e a indignação do povo. A casa pode cair.