Vitória por 1 a 0, com gol nos acréscimos, é quase uma goleada.
Foi um jogo sofrido, com a Ponte Preta se defendendo de qualquer jeito e explorando contra-ataque também de qualquer jeito.
Para completar, o Grêmio atacando de qualquer jeito. Na maioria das vezes abusando do toque-toque improdutivo. Depois, mesmo com um jogador a mais, abusando da bola erguida para a área de qualquer. O antigo ‘chuveirinho’ ressurgiu das trevas. Ou do desespero.
Lembrei-me do velho Olímpico, lá pelos anos 70/80, quando a bola rifada para a área da intermediária, pegando a defesa rival de frente, em posição de superioridade perante o ataque.
Tanto o toque-toque como o ‘chuveirinho’ são irritantes, especialmente quando se abusa desse tipo de jogada.
E não é que na tarde iluminada, com o sol já se pondo sobre o Guaíba, um lançamento despretensioso, aquele ao qual o jogador recorre quando já não sabe o que fazer para penetrar na área, resultou no gol da vitória? O gol que anulou teses e opiniões ditas definitivas sobre este ou aquele atleta, e até, claro, sobre o treinador Roger Machado.
Maicon lançou para a área, o zagueiro afastou e Luan pegou o rebote, ajeitou e chutou forte no ângulo superior direito. Sem chance para o goleiro. Um golaço do craque do time.
Um golaço de Luan, que mesmo com dor na sola do pé pediu para jogar, contrariando o departamento médico.
INSISTÊNCIA
O principal é que o Grêmio, sem ter feito uma boa partida, mas também longe de ser ruim, é que o os jogadores nunca se entregaram.
O time venceu pela indignação diante de um empate que não refletia o que acontecia em campo. Venceu pela garra e pela insistência.
Contra o Palmeiras, na derrota por 4 a 3, o time já havia mostrado a mesma determinação, a mesma entrega.
Com certeza, é reflexo de um trabalho que está sendo feito pelos novos gestores do futebol tricolor.
A vontade de vencer, até para compensar a derrota na semana, era tanta que alguns jogadores abusaram das entradas viris, como Luan e principalmente Lincoln, que conseguiu ser expulso com poucos minutos em campo.
Seria interessante uma análise do comando a esse respeito.
Daqui a pouco não vai faltar gente, em especial aqui na aldeia, para rotular o Grêmio de time violento.
ESTREIA
Gostei muito de Wallace. Mostrou segurança, firmeza, domínio do setor. Jogador experiente, que joga sério. Posso estar enganado, mas o Grêmio encontrou um bom companheiro para Geromel, que se sentiu tão seguro que foi várias vezes ao ataque.
COTAÇÃO
Em relação aos demais jogadores:
Bruno Grassi: quase não foi exigido.
Edilson: uma recaída
Geromel: um gigante
Hermes: esforçado apenas
Ramiro: não comprometeu, mas o time perde sem Wallace
Maicon: outra atuação muito boa. Parece estar incorporando a alma tricolor.
Giuliano: muita movimentação, muita vontade e poucos acertos ofensivos
Luan: alguns bons lances, outros nem tanto. Poderia ter sido expulso. Mas o gol apaga tudo de negativo.
Douglas: uma metidinha para Éverton e só. Que eu me lembre.
Éverton: precisa urgente colocar o pé na forma.
SELEÇÃO
Falha de Alisson teve repercussão mundial. Só não foi maior porque o juiz, seguindo seu bandeirinha, anulou o gol. Mas a bola estava em cima da risca da linha de fundo quando Miller Bolanos chutou rasante, sem maior pretensão. Alisson acabou mandando a bola para a rede.
O lance lembrou muito esse:
http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/06/internacional-0x1-gremio-brasileiro-1987.html