O técnico Roger Machado não podia ser mais claro em sua entrevista após a vitória (sofrida) por 2 a 1 sobre o Figueirense, numa Arena com mais de 34 mil pagantes.
Roger detonou a ideia de armar um esquema de jogo que privilegie um centroavante tradicional, o aipim, para que ele receba ’40 cruzamentos’ para cabecear, e que prefere criar uma mecânica que proporcione finalizações de preferência com os pés.
Foi o que aconteceu aos 47 minutos, quando o jogo se encaminhava para um empate inaceitável. Se um clube realmente almeja ser campeão não pode vencer um Gre-Nal e logo depois empatar em casa com um time de porte menor. Não pode.
Em outros tempos, seria bola tipo ‘truvisca no fedor que o beque faz contra’. Com Roger é diferente. Ele prefere a jogada tramada. A bola de pé em pé, envolvendo a defesa. Todos nós gostamos disso, mas por vezes nos irritamos com tanto toque-toque. De minha parte, pode ser reflexo de outros tempos, como os anos 90, por exempo.
Pois o Grêmio chegou à vitória ao estilo de Roger. Bola de pé em pé, até chegar em Pedro Rocha, que driblou o marcador já dentro da área, não se afobou, e encostou para ele, o aipim Bobô, que trocou de pé na conclusão e tocou no canto direito para fazer o gol da redenção gremista.
Essa vitória passa por Roger. Confesso que me revoltei quando ele sacou Luan e manteve Douglas em campo. Protestei intimamente. Aí, o Figueira empatou, com um gol daqueles que acontece muito raramente, mas que são até comuns quando se trata de Grêmio. O Figueira ainda teve duas boas chances, com falhas individuais de Edilson e de Thiery. Foram dois sustos. O jogo começava a ficar dramático.
Roger, então, sacou Douglas e Wallace, colocando Bobô e Pedro Rocha. O Grêmio ficou num 4-2-4 nos minutos finais, empate por 1 a 1. Quando tudo se encaminhava para um resultado absolutamente frustrante, eis que Pedro Rocha fez a jogada e Bobô marcou. Os dois jogadores que Roger havia mandado a campo poucos minutos antes.
Então, mérito para o treinador. Roger Machado comete alguns equívocos, ao menos na minha opinião, mas em regra geral ele acerta muito mais do que erra.
Fora isso, está claro que o momento é de sorte.
FUNDO DO POÇO
Não é por nada que o Grêmio, mesmo perdendo alguns titulares importantes como Geromel, consegue se manter na ponta de cima, enquanto vê, por exemplo, seu maior rival afundando irremedivelmente. O rumo é do fundo do poço.
O Inter perdeu por 1 a 0 para o Santa Cruz, que briga para sair da zona do rebaixamento e que não vencia há cinco jogos.
Já o Inter sofreu sua quarta derrota consecutiva. Não há treinador que resista a uma campanha tão ruim. Festejado por seu início retumbante no Brasileirão, Argel começou a se considerar o máximo, perdeu a humildade, deu entrevistas confusas, desastradas, e ainda deu armas ao rival as falar em passar o trator no Gre-Nal.
Hoje, ao que parece, Argel está com horas contadas como técnico do Inter. Nada que o preocupe, já que ele mesmo já adiantou que não fica desempregado.
O fato é que em sua primeira experiência como técnico de clube grande Argel está fracassando.
Essa marca gruda e fica difícil de descolar.
TRATOR
Por falar em trator, o Movimento Grêmio Multicampeão – ao qual sou vinculado com muita honra – levou um trator à sua sede, que fica bem em frente à Arena. Muita gente aproveitou para tirar fotos sobre o veículo. Até o presidente Romildo Bolzan apareceu por lá para festejar com dezenas de torcedores.
LEMBRETE – Não esquecendo que continuo em busca de apoio à minha candidatura ao Conselho Deliberativo do clube. Quem quiser me apoiar é só mandar nome, número de matrícula de sócio e endereço para: ilgowink@gmail.com.
Ou então passar essas informações nos comentários.
NOS ACRÉSCIMOS 1
Como escrevi acima, Argel duraria algumas horas. E foi o que aconteceu. Ele foi demitido. Luxemburgo é o mais cotado.
NOS ACRÉSCIMOS 2
Esqueci de registrar que houve um pênalti do Werley a favor do Grêmio a um minuto de jogo. Ele claramente coloca o braço na bola dentro da área. De repente, pensei que era jogo do Gauchão com árbitro da federação noveletiana.