O que se viu no Beira-Rio neste domingo foi o duelo entre um time candidato ao rebaixamento e outro postulante ao título.
O futebol que o Inter jogou foi de time fraco da segunda divisão. Teve sorte de não ser goleado pelo Corinthians.
A herança deixada por Argel é uma carga pesada demais para Falcão carregar.
O pouco de organização que o time possuía virou pó. Antes havia o chutão tão questionado pelos colorados de todas as instâncias – querem ver o Inter jogando como o Grêmio, de futebol bonito e eficiente. Hoje, não há chutão nem toque de bola, apenas confusão tática.
Quem caiu duas vezes, como o Grêmio, na primeira repetindo o refrão de que não havia risco de rebaixamento até a derrota derradeira diante do Botafogo, no Rio, identifica os sinais de queda.
A possibilidade de cair só não é mais concreta porque há pelo menos uns seis clubes com equipe pior. O problema é que nenhuma delas – com exceção do Cruzeiro – tem atrás de si uma torcida ambiciosa, que se torna agressiva como se viu mais uma vez após a derrota por 1 a 0, o que torna o ambiente tenso, afetando diretamente os jogadores.
Torcedores reagiram com violência, depredando o patrimônio do próprio clube e gritando ‘fora Píffero’ entre outros. Falcão, como chegou faz pouco, foi poupado ao menos dessa vez.
Como se sabe, o Inter já escapou duas vezes de cair, em ambas as situações de maneira nebulosa, em especial a conhecida como o ‘caso Payssandu’, em 2002.
O caminho que leva à segundona começa por não reconhecer que o risco existe.
A torcida pelo jeito já se deu conta e quer providências urgentes.
Se o Inter cair leva junto a mais forte gozação dos colorados sobre os gremistas.
GRÊMIO DECEPCIONA AO SÓ EMPATAR COM O LANTERNA
Grêmio parece sofrer da (SAM) Síndrome do Adversário Menor. Enfrentou o lanterna do Brasileirão e não conseguiu se impor, e isso que vinha de uma vitória alentadora, que deixou nove entre dez gremistas – o um que falta nessa conta é de secadores – sonhando com o título.
O sonho persiste, mas entremeado de monstros assustadores como esse tal do América Mineiro do técnico ‘estudioso’ e do atacante que mudou de nome, o Vitinho, que agora é chamado de… não importa.
Não tem como não vencer o América. O consolo é que também o Palmeiras se deu mal com um time da ponta de baixo, e caiu aos pés do Botafogo.
Como se não bastasse foi duro aguentar Marcelo Grohe fazendo cera nos minutos finais. O time estava com um a menos – Edilson foi expulso após uma entrada temerária e desnecessária -, mas nem isso justifica o que Grohe fez.
Está certo, ele evitou o pior com duas grandes defesas. Mas precisava fazer cera?
E mais, a reposição de bola com os pés é ridícula. Numa delas, o Maicon reclamou. Em outra, ele que notoriamente chuta mal saiu da área para bater uma falta a poucos minutos do final. E o time deixou… A bola saiu pela lateral, claro.
Em termos ofensivos, só se salvou Miller Bolanos, que sentiu a falta de parceria qualificada, mas por pouco não fez um gol.
Enfim, um empate frustrante em que ficou evidente a falta de reposição qualificada na frente.
Mas o que importa, no final das contas, é que o Grêmio segue entre os líderes e na briga pelo título.