Quem me lê há mais tempo sabe que a Seleção Brasileira é uma coisa que não me interessa. Assisto aos seus jogos com o envolvimento emocional de um serial killer diante de sua décima vítima.
É claro que há exceções. E nelas normalmente torço contra. Até no clássico contra a Argentina me pego torcendo pelos hermanos. Talvez por causa do tango. É algo doentio, mas conheço muita gente que sofre do mesmo mal. Ou bem.
Por favor, não me falem em falta de patriotismo.
O empate contra o poderoso Equador, uma seleção repleta de estrelas de primeira grandeza do futebol mundial, me deixou frustrado. Torcia por uma derrota. Olhai, tive algum envolvimento com o jogo.
Feita a introdução, vamos ao que interessa: Copa do Mundo no Brasil. Sou contra.
Por conseqüência, sou contra Copa do Mundo em Porto Alegre.
Na sexta-feira, no programa Terceiro Tempo (vou lá nesse dia, todas as semanas) da Guaíba, o Haroldo de Souza, o melhor narrador que conheço, disse que queria a Copa aqui porque ela traria consigo um metrô.
Haroldo acredita nisso, assim como acredita que Ronaldo voltará a jogar seu grande futebol. É um otimista. Invejo tanto otimismo.
Mas não creio que se construa um metrô, mesmo que seja até o Beira-Rio, até 2.014. Ainda mais se for subterrâneo, como se projeta. Não sou geólogo, mas como construir um metrô subterrâneo numa área arenosa, roubada do rio? Sim, é rio, até por uma questão poética.
Bem, outra coisa: a delegação brasileira não conseguiu pousar hoje, as cinco da matina, por causa da neblina. O avião pousou em Floripa. Depois, com o céu aberto, às 9 e 30, chegou, para delírio de torcedores e coleguinhas deslumbrados e cansados. Sei que teve gente que madrugou no aeroporto.
Agora, como pode pretender sediar uma competição de tão grande porte uma cidade cujo aeroporto não tem equipamento que permitam pousos mesmo sob neblina? Acho que a primeira providência, aproveitando o gancho da Copa, é conseguir esse equipamento.
Hoje, tem treino no complexo da Puc. Soube ontem que será blindado. Só alguns eleitos poderão ter acesso a esse treino. Será que não vão mesmo abrir para a torcida, para os jovens que ainda se encantam diante da amarelinha?
Esse é um dos motivos que levam a ser absolutamente indiferente à Seleção.
É frescura demais. Fora outras coisas que acontecem na CBF e seu entorno.
E depois, tem aquela narração ufanista do Galvão.