Show do Grêmio ficou em 10 segundos mágicos

Só pra justificar mais uma vez a fama de estar jogando o melhor futebol do país – há quem diga também da América Latina -, o Grêmio deixou para o finalzinho do jogo o seu show. Quem saiu mais cedo da Arena não viu quando, nos acréscimos, Luan recebeu a bola na entrada da área, tocou para Maicon um pouco mais à frente. O volante de primeira encostou para Léo Moura, junto à linha de fundo. O lateral cruzou rasteiro para Gata Fernandez dentro da pequena área, junto ao goleiro e à zaga. O argentino deu um toque de calcanhar para Luan, que vinha de trás.

O craque gremista mandou a bola, sua dócil namorada, se enroscar, feliz, na rede da goleira vascaína.

Foram 10 segundos de encantamento.

O eterno craque Tostão, que nesta semana voltou a encher a bola de Luan, deve ter vibrado como vibrou a torcida tricolor, porque, mais do que o gol em si e sua importância, era mais um lance de beleza, de arte, de técnica, que o Grêmio estava oferecendo aos amantes do futebol.

Foi um lance apoteótico de um Grêmio que tem agora seis vitórias seguidas com seu time titular em três competições. Nada mal para um time que foi esculhambado por muita gente porque – ora, vejam só – não conseguiu superar o Novo Hamburgo no Gauchão.

A vitória de 2 a 0 sobre o Vasco não foi emoldurada com uma bela atuação. Foram raros os momentos em que o time trocou passes e envolveu seu adversário. No segundo tempo, com mais espaço, apareceram algumas jogadas. Mas no primeiro tempo estava difícil até de respirar no campo do Vasco, que se concentrou ali para tentar algumas escapadas.

O gol de Lucas Barrios, cobrando pênalti sofrido por Geromel, facilitou as coisas para o segundo tempo. O Vasco atacou mais, mas levou pouco perigo ao goleiro Marcelo Grohe, que praticamente não trabalhou de tão eficiente que estava a marcação do setor defensivo, com destaque para Michel, eficiente e discreto.

O time todo teve atuação acima da média. Luan foi de novo o jogador mais brilhante, apesar de fortemente marcado e com pouco espaço para criar.

Saúdo também a volta de Maicon, que jogou uns 15 minutos, tempo suficiente para mostrar que ele deve seguir como titular. Deu uma metida primorosa para Pedro Rocha – o guri continua com dificuldade na finalização -, que desperdiçou a chance. Depois, Maicon apareceu dentro da área para participar do lance-show da tarde.

Edilson, outro que voltou, é um reforço para essa longa caminhada rumo ao título da Libertadores – prioridade das prioridades, embora o Brasileirão e a CB não sejam descartadas. Foi bom que o técnico Renato tenha colocado Gata Fernandez, que precisa manter o ritmo para uma eventualidade em que precise sair jogando.

Eu vejo o Grêmio se consolidando não apenas como um time que dá espetáculo, mas que acima de tudo sabe ser pragmático e determinado na busca da vitória, que é o que interessa.

Aqueles que insistem em dizer que Renato é só um treinador motivador e os que o tratam de forma jocosa, que guardem sua munição para alguma derrota – que virá um dia – ou reconsiderem pra não ficar mais chato.

REAL MADRID

O time espanhol bateu a Juventus e agora espera o Grêmio para decidir o título mundial.

Torci para o Real Madrid vencer. 

Ah, em 1983, a Juventus, então mais poderosa que hoje, ficou em segundo, perdendo para o Hamburgo.

Renato, que já venceu todos os grandes treinadores – menos Tite – em sua volta ao Grêmio,  terá pela frente o mega ídolo Zidane.

Um duelo de titãs.

Repetindo o que tuitei no sábado, chato vai ser aguentar o Cristiano Ronaldo correndo atrás do Renato pra tirar uma selfie. 

Bem, por enquanto é sonho, mas…