P. Rocha e os entendidos em beisebol

O futebol está sempre nos surpreendendo, provocando contradições, abalando nossas teses e nos levando a concluir, sem muito esforço, que nada é definitivo. Não há um ponto final, e sim muitos pontinhos, pontos de interrogação e de exclamação.

Pontos de exclamação, já faz algum tempo, estão reservados para esse talento chamado Luan. ‘Que lance!!!’, exclamaria muitas vezes em cada jogo o velho narrador Celestino Valenzuela.

Como tem acontecido com muita frequência, Luan mais uma vez nos brindou com um futebol superior, provando que é hoje o melhor jogador em atividade no país. Até vou mais longe: está no mesmo nível dos atuais titulares da Seleção Brasileira, um pouco atrás de Neymar. Por enquanto.

Nessa vitória por 2 a 0 sobre o Coritiba, Luan fez a assistência para os gols de Pedro Rocha e de Fernandinho.

Pedro Rocha!!!????. Sim, o tão mal tratado Pedro Rocha, desprezado por boa parte da torcida e apreciado pela maioria (imagino eu). Quem conhece futebol, reconhece a importância tática e técnica desse jogador.

Ele perde gols em demasia, é verdade, mas nesse jogo Lucas Barrios, emérito goleador, perdeu um gol ao estilo PR, mas nem por isso é crucificado.

Estou convencido de que quem não gosta de Pedro Rocha deveria dedicar-se ao beisebol, aquele joguinho que os americanos copiaram do jogo de taco da minha infância. Ou à prática do emocionante golfe.

Pedro Rocha nunca chegará ao nível de Luan, mas é um acessório muito importante nesse esquema vitorioso de Renato.

O gol que marcou depois de receber de Luan, vencer a marcação e bater forte de esquerda sem chance para essa muralha que foi o goleiro Wilson, merece muitos pontos de exclamação para reforçar meu entusiasmo.

Seria o gol da vitória se outro dos injustiçados não desferisse o tiro fatal, um chute forte também de esquerda de outra ‘Geni’ do time, o Fernandinho.

Confesso que já começava a criticar mentalmente o Renato por não ter sacado Fernandinho, quando Luan meteu a bola perfeita para o companheiro fazer o 2 a 0 que liquidou de vez o esforçado time do Coritiba, e manteve o Grêmio a um ponto do líder.

Gostei também da entrevista de Fernandinho no final, mostrando a união do grupo, a solidariedade. Elogiou muito o Luan por ser um jogador capaz de surpreender a qualquer momento com um lance ao mesmo tempo simples e genial.

Destaco ainda o goleiro Marcelo Grohe. Não foi exigido como Wilson, mas esteve seguro nas intervenções, algumas difíceis. O tão criticado (por alguns admiradores de beisebol) Grohe segue sem levar um gol sequer na Arena neste campeonato. Algum mérito ele deve ter, imagino eu aqui do alto da minha ignorância.

Agora, só vi um jogador melhor que Luan nesse jogo: Geromel. Ele garantiu lá atrás nos momentos em que o Coritiba ameaçava o gol de empate.

Não gostei muito do Michel. No primeiro tempo, em menos de 3 minutos, ele errou 4 passes seguidos. Um recorde, imagino. Mas depois ele se recuperou e foi importante na proteção à zaga.

Do lado do Coritiba, não tem como não destacar o goleiro Wilson. Não fosse ele o Grêmio teria goleado. Gostei muito também do lateral esquerdo William Matheus.

LIDERANÇA

Neste domingo, na Arena que estará lotada, Grêmio e Corinthians fazem um tipo de final antecipada, muito antecipada. Escrevi dias atrás que eles são os favoritos ao título brasileiro. É o tal jogo de seis pontos.

Renato conta com seus principais jogadores, exceção de Bolanos, salvo engano.

Dúvidas só do meio pra frente. Acho que ele começa com Michel, Arthur e Ramiro no meio; na frente, Luan, Pedro Rocha e Lucas Barrios.