Dizer que o o árbitro Bráulio Machado foi mal-intencionado seria para ele um elogio, porque partiria do pressuposto de que ele, sendo bem-intencionado, poderia ter uma atuação digna, correta, eficaz.
Não, esse árbitro catarinense não poderia ter uma atuação boa pelo simples fato de que seu problema é mais grave. Trata-se de uma questão de ser competente ou não.
Neste empate por 1 a 1 com o Santos, na Arena, o sr. Bráulio foi incompetente, sem qualificação para comandar um jogo entre dois clubes que ainda podem ameaçar, mesmo remotamente, o título do Corinthians.
Esse juiz vai ter de conviver com sua incompetência, e eu vou dormir com minha raiva, minha revolta.
Coincidência ou não, o empate foi ótimo para o clube paulista, que, aliás, também foi prejudicado pela arbitragem. Teve um gol legítimo anulado. Quem foi o beneficiado? Outro queridinho, o Flamengo.
Não é fácil para qualquer juiz apitar o duelo entre os dois queridinhos. A quem beneficiar?
Nesse jogo na Arena, onde mais uma vez o Grêmio se impôs e criou inúmeras situações de gol, chamou minha atenção o conivência do juiz com as faltas cometidas pelos santistas, muitas delas ele deixou passar em branco.
É o tipo de arbitragem que favorece o time que se contenta com um empate.
Edílson, por exemplo, esquentou a cabeça. Acabou expulso por uma bobagem faltando alguns minutos para o jogo terminar.
Tolerante com os santistas, o sr. Bráulio – que Deus o mantenha longe da Arena, o Grêmio não se dá bem com juízes catarinenses – foi enérgico e rigoroso com os gremistas. O capitão Maicon levou amarelo por reclamação.
O volante Yuri, que deveria ter sido expulso por uma entrada por trás no início do segundo tempo, e deveria ter levado o segundo amarelo, foi deixado livre. Esse tipo de decisão realmente incomoda o time prejudicado, no caso, como na maioria das marcações do juiz, o Grêmio.
Nem vou comentar um pênalti sofrido por Éverton, num lance em que o juiz talvez não tivesse a melhor visão para ter certeza de falta.
Fez bem o técnico Renato Portaluppi em não reclamar da arbitragem. O corporativismo dessa categoria é grande. Gostei também do recado dele, que seu time não é de freiras ou de padres, que não vai se encolher diante de um adversário mais preocupado em bater, como foi o Santos.
Tanto o Santos não conseguiu jogar que Marcelo Grohe não fez nenhuma defesa. Os anti-grohistas podem repetir a cantilena: de novo, uma bola em gol, um gol. Não importa o grau de dificuldade.
Aqueles que criticaram Grohe por defender uma bola para a frente certamente vão criticar Vanderlei, goleiro destaque do Brasileiro, que também defendeu uma bola para a frente, não para os cantos como deve ser quando possível. Não sendo possível, defende de qualquer jeito. Para Vanderlei vale a defesa de qualquer jeito, para Grohe, não.
Mais uma vez o Grêmio parou no goleiro. A arbitragem atrapalhou, mas Vanderlei atrapalhou muito mais, foi decisivo. Assim como tinham sido Cássio e Douglas, do Avaí.
Neste jogo contra o Santos flagrei um defeito do ataque gremista: a insistência em buscar o gol bonito, com tabelas curtas e dribles pelo meio, buscando a jogada consagradora.
Um pouco mais de simplicidade talvez o Grêmio tivesse vencido. A gurizada do Grêmio parece contaminada com essa história de futebol mais bonito do país. Não entrem nessa, que é o primeiro passo para perder.
No mais, foi uma atuação muito boa, ainda mais considerando-se o adversário, altamente qualificado.