Ser eliminado de uma Copa do Brasil nos pênaltis e para um time inferior é duro, mas faz parte.
O Grêmio teve o jogo na mão. Lucas Barrios, o fazedor de gols, teve sua noite ‘não’. A melhor chance do jogo com bola trabalhada foi desperdiçada pelo goleador paraguaio logo no começo, após uma metida de bola genial de Luan.
Um gol naquele momento, Mineirão lotado, resultaria numa pressão muito forte sobre os jogadores de Mano Menezes. O Cruzeiro teria de fazer três gols e não levar mais um para classificar-se.
Mas Lucas Barrios perdeu o gol. A melhor chance de gol da partida com bola rolando.
Fora isso, tem o juiz que, conforme escrevi aqui neste espaço, fez o que eu temia, foi negligente com o abuso de faltas cometidas pelos mineiros, a maioria sobre Luan. Em quatro minutos de partida Luan sofreu três faltas, num rodízio de faltosos.
Tivesse ele agido com o rigor que teve ao aplicar um cartão amarelo em Lucas Barrios, a história seria muito diferente. O Cruzeiro, fatalmente, teria jogador expulso.
Tirando a choradeira, o Grêmio foi superior no primeiro tempo, e inferior no segundo. Com Luan agora bem marcado, o time ficou sem saída rápida para o ataque. Houve uma escapada com Éverton e Pedro Rocha. Os dois não assumiram a responsabilidade de chutar e a chance se esvaiu.
Já o Cruzeiro, diante da boa marcação de Michel e Arthur e do firme posicionamento dos quatro defensores -Bressan não comprometeu -, apelou para o jogo aéreo. Tanto fez que acabou marcando 1 a 0, um gol de cabeça de Hudson, que pulou livre.
Lucas Barrios, que aparentemente vem jogando no sacrifício, cedeu lugar para Éverton. Mas o guri foi pouco aproveitado. O Cruzeiro não adiantou sua linha de zagueiros, tirando espaços para contra-ataques. O melhor talvez fosse colocar Maicon, adiantando Luan. Mas Maicon é outro que anda um tanto fragilizado.
O Grêmio buscou o empate, lutou para marcar o gol que liquidaria o jogo, mas esbarrou num Cruzeiro determinado, um time que nos minutos finais parecia satisfeito em levar o jogo para as penalidades.
Eu fiquei preocupado. Não queria pênaltis. Acho que nenhum gremista acreditava de verdade numa vitória nos pênaltis. Exemplos recentes de más cobranças são traumáticos. Dois dos que erraram não faz muito, Edilson e Luan, voltaram a errar. Edilson chutou na trave e Luan fez a glória do Fábio. O outro que errou foi Éverton, também na trave.
Apenas Fernandinho e Arthur, este com muita frieza e técnica, marcaram.
Quem poderia sair do Mineirão consagrado é Marcelo Grohe. Ele fez duas defesas. Ou seja, fez a sua parte. Nem o gremista mais pessimista imaginaria que numa cobrança de cinco apenas duas cobranças fossem convertidas.
Por fim, aqueles que queriam um Grêmio mais dedicado ao Brasileirão e não estavam, digamos, nada entusiasmados com a possibilidade do hexa, agora podem comemorar.
Esses, a mídia do centro do país e a CBF, que andaram criticando o Grêmio por ter optado pela CB, opção ocorrida por causa de um calendário estúpido.
Embora um tanto tarde, a partir de agora o Grêmio deve ir fundo no Brasileirão, mas não muito, porque ainda há a Libertadores pra “atrapalhar”.