Perder para a Chapecoense em casa é deprimente; perder jogando mal, quase sem exigir o goleiro rival, é preocupante; e, por fim, perder num momento como este, às vésperas de uma decisão pela Libertadores, objetivo maior, é assustador.
Então, perto de mergulhar no poço da depressão, não vou reagir como alguns nas redes sociais e na mídia tradicional, questionando e, pior, atacando asperamente decisões tomadas pela direção e pelo treinador.
O Grêmio se planejou para ter um time competitivo na Libertadores, especialmente no mata-mata. Ouvi alguém criticando, numa potente emissora de rádio, o planejamento do clube porque justo na hora decisiva o time não contava com seus dois melhores jogadores, Luan e Geromel.
Quer dizer, ter jogadores lesionados é falta de planejamento. O Grêmio fez de tudo para poupar seus melhores atletas. Falta de cuidado não foi. O papel, a tela e o microfone realmente aceitam tudo.
Nesse jogo contra a Chape, o técnico Renato achou por bem testar Jael, até porque é preciso saber exatamente com quem contar nos momentos decisivos. Tem gente criticando essa decisão. Outros queriam Arroyo – aliás, já no jogo anterior contra o Botafogo teve gente pedindo o equatoriano.
Eu estava curioso para saber se Arroyo é o ‘cara’, como pensam alguns, e também porque chegou o momento de sabermos que tipo de contribuição ele pode dar. Ele entrou no segundo tempo e o que eu vi foi um atacante dando toquezinho pra trás e para os lados. Nenhuma investida sobre o marcador, o drible, a penetração. Nada.
Saudade de Pedro Rocha. (suspiro!)
Pela amostra, pequena, é verdade, esses dois não me convenceram de que podem mudar uma partida enroscada. Mas, é o que a casa oferece.
Penso que o jovem Patrick, com toda a sua inexperiência, acrescenta mais ao time que essa dupla aí de cima. O guri entrou no lugar de Ramiro, foi pra cima,mostrou forte personalidade. Foi mais atrevido que o experiente Arroyo, com seu futebol burocrático.
Então, o Grêmio perdendo por 1 a 0 (a dupla de área reserva ficou naquela de ir mas não foi, e o atacante arriscou, gol) contava para reagir com Arroyo, Patrick e e Lucas Barrios. O melhorzinho dos três foi o guri.
Outra coisa que me preocupa: quando Fernandinho é o atacante mais perigoso do time é porque algo está errado, muito errado. E Fernandinho foi de novo o melhor atacante do time. Barrios segue devendo.
O jogo deste domingo na Arena já passou. O Brasileirão já passou. O Corinthians ganhou – gol com o braço direito de Jô, na cara do árbitro auxiliar – e o campeonato está decidido.
Dez pontos de diferença sobre o Grêmio e 12 sobre o Santos (ninguém vai reclamar que o Santos está prejudicando o campeonato por ter jogador com time reserva sábado?)
Ah, dos dez pontos de diferença, seis referem-se a Avaí e Chapecoense, com o Grêmio jogando praticamente com força máxima. Na Arena!
O negócio, mais do que nunca, é pensar na Libertadores, focar no jogo contra o Botafogo. E é aí que me bate quase uma depressão.
Não sei se Luan vai jogar. O fato é que ele precisa jogar. O Grêmio precisa dele, mais até do que de Geromel, ao menos para o jogo de quarta-feira. Claro, eu gostaria de ver os dois em campo, desde que realmente recuperados.
O Botafogo vai complicar, disso não tenho dúvidas, mas nem tanto por ele, e sim pelo Grêmio, que já não transmite aquela segurança e confiança de algumas semanas atrás.