Não dei bola quando a Fifa não referendou o Mundial de 1983, e agora não ligo (muito) para o reconhecimento dos títulos conquistados por grandes clubes de 1960 a 2014.
Não via sensatez e sequer um mínimo de seriedade numa decisão que atingia, por exemplo, o Santos de Pelé. Nada mais do que isso: o Santos de Pelé deixava de ser campeão mundial de clubes num canetaço.
Ora, coisa de burocrata que não tem mais o que inventar para aparecer, ser notícia no mundo inteiro.
Como acontece agora, quando essa entidade recuou e, num outro canetaço (estimulado pela Conmebol), decidiu que Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo são aquilo que a gente já sabia: campeões do mundo.
Em 2010, cheguei a lançar a cerveja 1983, justamente para registrar através do precioso líquido dourado que o Grêmio é o primeiro clube do sul do país a ser campeão mundial.
O Inter só chegou lá 23 anos depois. E como se sabe, segundo é sempre o segundo.
Era uma dor tão grande que os colorados – esses que sofreram por mais de duas décadas – passaram a usar essa cantilena de que o título do Inter era o único chancelado pela Fifa, tentando diminuir o verdadeiro primeiro mundial de clubes do futebol gaúcho.
A decisão da Fifa, na verdade, não muda nada. O Santos nunca deixou de ser campeão do mundo de 61 e 62, nem o Grêmio em 83, o Flamengo em 81, e o São Paulo em 92 e 93, foram títulos conquistados no campo, não nos gabinetes, por grandes clubes como Penarol, Nacional, etc.
Bem, apesar de tudo isso, estou contente com essa decisão da Fifa. Primeiro, porque confirma o que já se sabia; segundo, porque acaba com mais um argumento dos colorados nas discussões de mesa de bar, a exemplo de tantos outros que estão caindo por terra desde o ano passado, em especial essa bobagem de que “time grande não cai”.
Então, cumprimentos a Fifa por colocar a coisa em seu devido lugar. Mais um duro golpe nos colorados. Nunca pensei que viveria para assistir a tudo isso.