O que eu mais temia não aconteceu. Mais do que feliz, estou aliviado.
Conforme previsto, o Grêmio venceu, superou o fantasma da semifinal, e agora decide o título mundial.
Não morreu de véspera, minha maior preocupação – sei que preocupação também de muita gente – era cair nessa fase diante do Pachuca.
Imagino que os colorados, além de milhões de foguetes que eles estão estocando faz horas, lançariam logo após o jogo uma série interminável de brincadeiras nas redes sociais, tentando devolver tudo o que eles passaram depois do fiasco mundial de ser eliminado pelo glorioso Mazembe.
Sem contar que seria o fim da minha Mazembier.
Mas continua tudo como antes. O mazembaço não virou pachucaço.
Time grande não cai… Na semifinal do Mundial de Clubes!
Pois o Grêmio foi grande, foi valente, e o adversário valorizou a vitória. Muito diferente daquele time confuso que penou para bater o Casablanca, e que me fez prever uma vitória até certo ponto tranquila.
Realmente, não se pode nunca esperar vitórias tranquilas em mata-mata.
Sobre o jogo, destaque para todo o time, com exceção de Lucas Barrios. Quando Jael entra e joga muito mais do que aquele que sai é porque Barrios realmente está devendo futebol. Não esforço, futebol.
Agora, uns ainda se sobressaíram. Grohe foi impecável, seguro, sereno, perfeito. Fez uma grande defesa e várias intervenções difíceis pelo alto. Parece que os braços do motorista de kombi cresceram, não sei, um fenômeno que deixo aos críticos do goleiro explicarem.
Geromel foi um gigante. Demais, demais. Agora, a vitória passa pelos pés de um jogador que Renato foi buscar, apostou nele e o resultado é esse aí: ele evitou dois gols do Honda, aparecendo no momento exato para afastar o perigo: Bruno Cortês. Meus agradecimentos.
No meio de campo, muita bravura, muita luta, muita entrega. Todos num nível bom, mas inferior ao que já jogou. Arthur fez falta, e Michel sentiu falta de ritmo, mesmo assim deu conta do recado.
Na frente, Luan demorou a entrar no jogo. Foi melhorando gradativamente, e atingiu alto nível quando Éverton e Jael já estavam em campo. E ainda mais quando Léo Moura entrou e deu uma qualificada no toque de bola. Edílson havia cansado. Mas desconfio que Léo entraria de qualquer jeito.
E o que dizer do cebolinha? Éverton entrou e deu um calor nos mexicanos. O bom é que Renato tirou Michel para ele entrar, mostrando que queria decidir o jogo com a bola rolando, não nos pênaltis. E a aposta deu certo. Fernandinho passou para o lado direito e Éverton entrou na dele. Tínhamos os dois para dar o corte pra dentro e bater.
Quem acertou foi Éverton. Fez sua jogada tradicional e foi muito feliz na conclusão. Na hora, eu que já temia uma decisão nos pênaltis, gritei a única palavra que cabia naquele momento de angústia e tensão:
Gooool! E aí minha voz ficou embargada e lágrimas rolaram.
Putaqueopariu, como é bom ser gremista!
RENATO
Sobre o treinador que alguns neófitos diziam não ser treinador, porque não anda com livros debaixo do braço ou algo assim, nada a declarar.
Só a repetir que o Conselho Deliberativo tricolor já marcou reunião para decidir sobre o busto de São Portaluppi na Arena. Se o Grêmio for campeão do Mundial vamos iniciar um processo da canonização.