Real Madrid escancarou o abismo entre Europa e América Latina

Deu a lógica (esta é original).

O Real Madrid é um time formado por jogadores titulares das mais poderosas seleções do mundo. Sem contar o banco de luxo, de onde a qualquer momento sai um sujeito como o Bale.

Não vou fazer comparação com o grupo do Grêmio, que chegou ao seu limite: um vice-campeonato mundial. Uma derrota por 1 a 0 na final contra essa seleção galática, que escancarou o abismo entre o futebol europeu e o sul-americano.

Há quem diga que com Arthur seria diferente. Talvez fosse um pouco melhor. Se tivesse o Pedro Rocha (negociado porque o Grêmio não é o Real Madrid), já ficaria outro tanto melhor. E aí então talvez o Grêmio criasse mais, exigisse do goleiro ao menos uma vez. Enfim, desse alguns sustos em Cristiano Ronaldo e seus companheiros.

Por momentos esse Grêmio forjado na superação até chegou a criar algumas jogadas com algum perigo. Mas faltou acabamento.

Mas nada comparado ao que o Real criou. Marcelo Grohe, de novo, foi salvador. Fez umas três ou quatro defesas das mais difíceis.

No gol que sofreu, a bola passou porque a barreira se abriu. Lucas Barrios, o omisso, foi determinante nesse lance, porque ele ficou de lado vendo a bola passar. Se ficasse imóvel, o gol não teria saído.

É claro que o Real Madrid faria outro gol de forçasse mais, se não trocasse tantos passes em vez de concluir. Então, na minha opinião, o Grêmio não escaparia mesmo de uma derrota.

No finalzinho, estava eu ali, e acho que vocês todos, torcendo por um golzinho que levasse à prorrogação. Mas alguém acredita que o Grêmio, nesse caso, nos 30 minutos seguintes, conseguiria neutralizar essa máquina de jogar futebol?

O não-gol abreviou o sofrimento e a angústia, mas impediu, por outro lado, que o show espanhol continuasse, para deleite de grande parte do público. Porque o RM não jogou, deu show.

Fora isso, algumas individualidades superiores do time não foram bem. Mas não foram bem por si mesmas ou porque cada jogador do RM é diferenciado e com jogador assim é sempre mais complicado jogar?

Vou destacar algumas atuações, e isso não significa que os outros sucumbiram, não, eles apenas não conseguiram mostrar tudo o que podem em função da enorme qualidade do adversário.

Destaco:em primeiro lugar o Marcelo Grohe. Logo depois, Geromel e Kennemann; Jaílson aparece numa terceira linha. E é só.

Os demais não chegaram a fracassar, apenas estiveram abaixo do que podem jogar e já jogaram. Nem é por culpa deles, e sim, repito, pela categoria individual e coletiva do time espanhol, que é na verdade um conglomerado planetário de talentos.

Mas valeu. O Grêmio chegou ao topo depois de mais de duas décadas. E isso não é pouco. Ao contrário, é uma conquista que deve ser comemorada por todos os gremistas.

Para completar, o que mais me irritou foi ver o Grêmio, nos minutos derradeiros, trocando bola na frente, sendo que Jael havia entrado justamente para esse momento do sufoco, do abafa, do desespero. Em vez de lançar bola na área, tocavam a bola até armar um contra-ataque. Isso foi profundamente irritante. Provavelmente não daria em nada, mas ao menos a bola estaria mais perto de entrar.

Finalizando: no meu penúltimo comentário escrevi que o Grêmio só seria campeão se jogasse sua melhor partida e o Real Madrid a sua pior. Isso esteve longe de acontecer.

Foguetório

Sobre o foguetório que sacudiu Porto Alegre o, acredito, muitas cidades gaúchas, depois do apito final, era de se esperar: os colorados estavam estocando milhões de foguete há horas.

Agora, só falta a mídia dizer que o Inter termina o ano por cima. Podem rir, mas não duvidem, não subestimem esse pessoal da agenda positiva.