Renato poderia ter começado com Michel no lugar de Maicon, mas optou por Cícero. Alguns defendem que Arthur seria a opção melhor, mas eu acho que é melhor ele voltar aos poucos, sem pressa. Jogo de muita pegada, um Inter que bateu como nunca, sabendo que teria no árbitro Leandro Vuaden uma espécie de Lula (‘não sei, não vi nada’), e o pau comendo.
Rodrigo Dourado só terminou o jogo em campo porque Vuaden não fez o que tinha de fazer, dar-lhe o segundo cartão amarelo em função de pelo menos três faltas duras depois de ter sido amarelado.
Então, diante disso, e prevendo o que aconteceria, Renato preservou Arthur para o segundo tempo. E fez muito bem, até porque eu quero Arthur inteiraço na Libertadores, no Brasileirão e na CB. Se é pra lesionar alguém que seja Cícero ou Michel.
Agora, penso que Michel deveria ter começado o jogo. Cícero foi um jogador apagado, especialmente se compararmos com Maicon, que faz o jogo passar pelos seus pés. Cícero não tem temperamento para isso. Não comprometeu, mas também não justificou sua escalação.
Mesmo assim, o Grêmio teve bons momentos no jogo, dominando, envolvendo o adversário, que só sentiu que poderia vencer quando Bressan fez aquele pênalti ridículo ainda no primeiro tempo. Nico Lopez bateu e converteu.
No segundo, o Grêmio começou tocando a bola, buscando o espaço para empatar. Aos poucos, o time colorado, na base da vontade e de lançamento para a área com bola rolando e escanteios, foi crescendo, chegando a encurralar o Grêmio. Até que veio o segundo gol, a partir de falta que não houve. Kannemann ainda levou cartão amarelo. D’Alessandro, que voltou a apitar, marcou 2 a 0.
Bem, aí a torcida colorada, um tanto desanimada ultimamente, enlouqueceu. Passou a acreditar fortemente que a classificação seria possível. A euforia não durou muito. Arthur entrou e ajudou a tranquilizar o time, controlando o meio de campo. O técnico Odair colocou três atacantes em momentos distintos, sacando defensores. Perdeu o meio de campo e nada ganhou na frente. Por pouco, o Grêmio não aproveitou a vulnerabilidade do adversário para descontar.
Se Renato tivesse arquitetado um plano para iludir a torcida, a direção e a imprensa colorada de que o time está no caminho certo para enfrentar desafios maiores, não poderia ter feito melhor. Os colorados de todas as instâncias deixaram o estádio eufóricos. Afinal, haviam vencido o time responsável por seus maiores pesadelos nos últimos dias.