Deixando a paixão de lado por alguns instantes apenas, o que não é fácil no universo pulsante do futebol, quero convidar os amigos gremistas a uma reflexão. Faço isso movido pelo espanto de ler aqui neste espaço, e em outros das redes sociais, e também na mídia tradicional, críticas muito duras ao desempenho do Grêmio e do técnico Renato no Gre-Nal de quarta-feira.
Faço parte da corrente majoritária que não gostou da decisão de começar o jogo com Cícero, mas não concordo quando alguns gremistas dizem que Renato faz isso por bruxismo. Renato deve ter suas motivações para não ter começado com Arthur ou Michel, ambos superiores a Cícero.
O que me impressiona é a facilidade com que gremistas logo tratem de atacar o técnico. E isso se dá constantemente em outras situações e opções do treinador, que, diga-se, conhece muito melhor que qualquer um de nós o que cada jogador pode render.
Cada um tem uma maneira de ver. Eu começaria com Michel. Preservaria Arthur, que visivelmente ainda não está 100% (mesmo assim supera Cícero). Muitos aqui iriam de Arthur.
Li e ouvi por aí que essa derrota poderia significar o início do fim de Renato como treinador do Grêmio. Só faltaram sugestões de nomes para o cargo. Um absurdo como esse atribuo a paixão febril e alucinante e/ou a um sentimento de não aceitação de Renato, o que é compartilhado por uma minoria como se percebe a cada resultado negativo do Grêmio.
Um pessoal que se esconde quando o Grêmio conquista uma Recopa, por exemplo, ou aplica goleada no rival. Mas que reaparece lépido e faceiro para atacar quem foi protagonista de três grandes títulos em um ano e meio. Três vezes mais do que foi conquistado nos últimos 15 anos.
Esse tipo de coisa me irrita tanto que prefiro nem polemizar. Não respondo. Sei que a maior parte não tem má intenção. Outros parceiros nesse fórum de debates se incomodam mais e retrucam, por vezes com excessos verbais. Faz parte, é a paixão do futebol.
Li comentários também no sentido de que o Grêmio fez uma partida muito ruim, para uns a pior dos últimos tempos. Exagero. O Grêmio não foi tão mal assim. Começou o jogo controlando o adversário, envolvendo com toque de bola. Depois, veio o gol na falha inaceitável do Bressan. Tem gente criticando a escalação de Bressan, mas colocar quem?
Esse gol, de pênalti, foi a grande chance do Inter no primeiro tempo desse ‘pior jogo’ do Grêmio. No segundo tempo, de novo o Grêmio começou melhor, mas o Inter no vamo que te vamo foi criando situações de perigo. E sempre chegando junto, em especial o Dourado, que merecia expulsão.
Até que veio o segundo gol, originado de uma falta que não aconteceu. Foi o que produziu o Inter contra o Grêmio ‘horroroso’ escalado por Renato, o ‘professor Pardal’. Marcelo Grohe, salvo engano, não fez nenhuma grande defesa. Já o goleio Lomba fez pelo menos duras defesas inportantes, uma num chute de Luan e outro em conclusão de Cícero.
Quer dizer, o Grêmio perdeu na casa do adversário – um time mordido e humilhado, louco por vingança – jogando um futebol médio, prejudicado pela atuação da atuação do sr Vuaden, que, decididamente, dá muita sorte ao Inter em clássicos.
Em resumo, o Grêmio não foi essa desgraça toda que muitos propalam, nem todos com boas intenções.
Ah, sem esquecer que o Grêmio entrou em campo para administrar a vantagem dos 3 a 0. É claro que isso não interessa a quem está sempre buscando alguma coisa para detonar o time.
COCHICHO
Não gostei de ver o Renato todo amiguinho do Dalessandro. Renato parece desconhecer a rivalidade e o que esse argentino debochado e desrespeitoso já fez.
Não se mandam flores aos inimigos.
AVENIDA
Domingo, 16h, o Grêmio terá de jogar mais do que jogou no Gre-Nal. O meu Avenida está invicto há um ano nos Eucaliptos.
Ah, Jean Pierre será o juiz…