Pelo que se viu nesta noite, na Arena, o Flamengo tem mais time que o Grêmio. Não significa que a vaga à próxima fase da Copa do Brasil é dos cariocas. Quer dizer apenas que o Grêmio terá que jogar bem mais do que jogou, principalmente no segundo tempo, quando, na verdade cruel e assustadora, quase não jogou.
O que se viu foi um Flamengo pressionando, encurralando o Grêmio. O que se viu foi um Marcelo Grohe salvador, a dupla de área se desdobrando para afastar a bola da área, os laterais esforçados e abnegados, e o restante do time completamente perdido, correndo atrás da bola e, ao tomá-la, ficou sem saber o que fazer com ela.
É impressionante o números de bolas afastadas da área que não tiveram continuidade ofensiva, um contra-ataque, para assustar um pouco o rival que se impunha de forma avassaladora e destemida. A maioria dos rebotes era do Flamengo.
Nesse aspecto, o de manter a bola e puxar contra-ataque, defino a atuação de Jael de constrangedora. Com todo aquele corpo, conseguiu ser neutralizado. Foi desarmado facilmente. E quando teve a bola, em vez de tentar o passe, preferiu se enrolar esperando a falta, que o juiz sonegou pelo menos em duas oportunidades.
O mesmo vale para Marinho, que desta vez entrou para jogar no lado esquerdo. Não conseguiu uma vitória pessoal sequer. Em nada contribuiu no momento em que o time mais precisava de sua velocidade e de seus dribles.
Em termos de camisa 9, o Grêmio, decididamente, não está bem. Jael e André ficam abaixo da média do time. Brocador ainda não foi devidamente testado.
Há um caminho aberto para Douglas para repetir o esquema do time na conquista do penta. Desconfio que Renato já está preparando o maestro para mais adiante. Teremos, então, a volta daquele ataque móvel que muito me agrada.
Agora, há um problema, assunto já levantado aqui por mim e por outros analistas do blog tantas vezes: o Grêmio tem um ótimo time titular. Mas um time que sangra na razão direta da entrada de reservas.
O Flamengo mostrou muita qualidade, mas só quando começaram a entrar reservas. O start foi a saída de Léo Moura, que cansou. Vieram outras alterações e o time afundou. Não sei se Jaílson estava no banco, mas era jogo para ele entrar em meio aquele sufoco nos 15 ou 20 minutos finais, filme de terror para a torcida que enfrentou o frio e foi à Arena.
Mas assim como o Flamengo conseguiu seu empate aos 48 minutos, nada impede que o Grêmio faça o mesmo no Maracanã, cenário de grandes vitórias do tricolor. Nada impede também que vença, apesar do grupo de mais qualidade do Flamengo.
Agora, ficou muito claro que o Grêmio terá de jogar bem mais do que jogou para continuar na Copa do Brasil.
DESGASTE
Ah, e o preparo físico do Flamengo, que, ao contrário do Grêmio, não poupou o time titular na rodada do final de semana?
Não está na hora de discutir a preparação física?
EDINHO
Lamentável o comentarista da SporTV, que viu um pênalti na área do Grêmio, que teria sido cometido por Geromel. Ele insistiu. Até que Leonardo Gaciba deu a real: lance normal. Edinho também cobrou um cartão amarelo para Geromel em outro lance. Lamentável.
VAR
O primeiro jogo oficial com o VAR no Brasil entra para a história. E ali estão Grêmio e Flamengo. Não é pra qualquer um.
O VAR, porém, não apareceu. Não foi chamado. Nem foi necessário.
Foi um jogo limpo, sem jogadas violentas, tanto que o juiz, salvo engano, não tirou o cartão do bolso.
Em campo as duas equipes de melhor futebol no país.