Saco de pancadas no Brasileirão há duas temporadas, o time B do Grêmio, quem diria!, foi redimir-se justamente contra o Flamengo, talvez a melhor equipe que se apresentou na Arena nesta temporada, e apontado por muitos no centro do país como o melhor futebol do país no momento.
Os reservas do Grêmio bateram o misto (muito) quente do Flamengo por 2 a 0, sinalizando que, ao contrário dos mensageiros do apocalipse sempre de plantão proclamaram depois de do empate por 1 a 1, nada está decidido na Copa do Brasil.
No futebol, cada jogo é um jogo, tem sua história, suas circunstâncias e peculiaridades.
A vitória, de lavar a alma, deve estar preocupando os flamenguistas, sua ufanista crônica esportiva e, aqui no Texas, os secadores de todos os escalões, e deixando sem palavras os gremistas de pouca fé e muito fel que abundam nas redes sociais.
Confesso que não esperava mais que um empate, ainda mais que já vi esse time reserva jogar bem e mesmo assim ser derrotado. Conforme escrevi anteriormente, via o time abandonado pelos deuses do futebol.
Foi o primeiro pensamento que me ocorreu quando Jael errou o pênalti ainda no primeiro tempo. Sobre essa cobrança e seu cobrador: só o que espero de um jogador como Jael é que ele bata com força, nunca colocado. Que feche os olhos e bata o mais forte que puder. Sem essa frescura de bola colocada no canto, que é o que os goleiros mais querem.
Enquanto maldizia Jael, eis que ele se recupera de uma forma quase épica, no final do primeiro tempo: foi com tudo na bola perfeita cruzada pelo Leonardo (prova irrefutável de como é fácil, no futebol, morder a língua): marcou de cabeça, chocando-se com Marinho, e comemorando o gol com o sangue escorrendo pelo rosto. Assim também se forja um herói.
Pois Jael, do pênalti batido bisonhamente, fez um segundo tempo de primeira qualidade, inclusive fazendo o lançamento primoroso para Marinho, que começou a exibir um pouco do futebol que o consagrou no Vitória. Marinho desviou com categoria do goleiro.
Agora, o resultado foi ótimo sob todos os aspectos, mas o que me interessa mesmo é saber com quais reservas se pode contar, já que é importante ter um grupo de qualidade e quantidade para brigar por três títulos. Minhas conclusões sobre alguns jogadores sobre os quais pairavam, ou pairam, dúvidas.
– a afirmação de Paulo Miranda. Foi sua melhor partida desde que chegou ao Grêmio. Manteve o nível mesmo com a saída de Bressan e a presença de Jaílson, este um jogador realmente muito útil. Felizmente não foi negociado.
-Leonardo cresceu uma enormidade, provando que quem trabalha, se dedica e recebe boa orientação, pode evoluir. Léo Moura tem hoje um reserva confiável.
-Matheus Henrique, está aí não um novo Arthur, mas um jogador com características semelhantes e potencial a ser revelado jogo após jogo. A lamentar que não esteja na lista da Libertadores. Com seu toque de bola ajudou a dar mais qualidade ao time no meio, ao lado do mestre Douglas.
-Douglas jogou um futebol para dissipar todas as dúvidas sobre sua recuperação. Eu pensei que ele não poderia voltar ao futebol de alta performance, mas me enganei, felizmente. Ele vai ser muito útil.
Vale destacar também a volta de Alisson, jogador importante, uma espécie de 12º titular. Outro que voltou bem, apesar do pouco tempo, foi Thony Anderson.
Por fim, o grande acerto do técnico Renato com a bola rolando: a substituição de Bressan não por um zagueiro, mas pelo jovem volante Matheus Henrique, deslocando Jaílson para a zaga
Temos um time A de ponta, um técnico de ponta e um time B com jogadores em evolução.
O céu é o limite (permitam-se esse momento de euforia).