Maicon, o capitão que incorpora o espírito gremista

Maicon mexeu num abelheiro. É forte a reação da mídia colorada – e também nas redes sociais –  contra suas declarações, principalmente as que afrontam o reserva idolatrado, D’Alessandro, e o garoto dourado que há mais de dois anos aguarda uma tal de proposta de R$ 100 milhões de um clube inglês.

Não é a primeira vez que Maicon representa, em campo, o espírito gremista. Além de vestir, e honrar, a camisa tricolor, se impondo com sua técnica e entrega nos jogos, Maicon consegue captar o sentimento do torcedor.

Foi assim, de maneira especial, no clássico em que encarou o provocador argentino ao dizer que não permitiria que ele apitasse o jogo, um velho hábito que o ídolo vermelho viu ser aceito pelos árbitros do Gauchão. Fora isso, com a bola rolando, D’Alessandro nunca teve refresco com Maicon.

A consagração de Maicon perante a grande maioria dos gremistas – não a totalidade porque sempre tem algum que gosta de devolver agressões, verbais ou não, oferecendo a outra face -, aconteceu no Gre-Nal de domingo, que terminou com vitória injusta dos titulares vermelhos e de 45 mil colorados sobre o misto gremista.

Maicon voltou a encarar D’Alessandro, Damião & cia, entrando em detalhes sobre a súplica de jogadores colorados após o Gre-Nal vencido pelo Grêmio por 2 a 1, pelo Gauchão, para que o time moderasse as provocações. Enfim, como repetiu Maicon, pediram arrego. O que revoltou Maicon e o técnico Renato foi que na primeira oportunidade os colorados fizeram provocações, conforme relatou Maicon em sua entrevista coletiva, que conseguiu superar a de Renato, domingo, em termos de polêmica.

Levando tudo isso para dentro de campo, que é o que interessa, fiquei com a impressão de que Renato ficou mordido, assim como seu capitão, que já entra na galeria dos melhores capitães que o Grêmio já teve em toda a sua vitoriosa história.

Espero que a indignação dessas duas lideranças – aliada à do presidente Romildo, como se viu após o jogo – tenha reflexos no Brasileirão. Renato me pareceu determinado a trabalhar para que o Inter não conquiste o título, repetindo que faltam 14 rodadas e muita coisa pode acontecer.

Espero que da parte do Grêmio ocorra uma mudança na forma de encarar o brasileirão para que o título não caia no colo do rival. Para isso, nada melhor do que ‘pilhar’ o time para jogar todas as partidas como se fosse uma eliminatória da Libertadores.

Vamos começar pelo Paraná, sábado.

CHINELINHO

De vez em quando leio aqui um ou outro comentário chamando Maicon de ‘chinelinho’. Recebo isso como ofensa grave a um jogador tão identificado com o clube e sua torcida. Jael, por exemplo, ficou muito mais tempo que Maicon no DM desde que chegou ao Grêmio. E não é chamado dessa forma tão pejorativa, uma agressão a um jogador tão importante neste ciclo  vitorioso do Grêmio, que tanto orgulha a nação tricolor.

Se todos os jogadores atuassem com a indignação de Maicon diante dos resultados adversos o Grêmio estaria em situação ainda melhor.

TOSTÃO

No aspecto técnico, Maicon é uma exceção no futebol nacional. Recentemente, o grande Tostão não poupou elogios ao meia gremista.

Quem me acompanha há mais tempo sabe da minha admiração pelo futebol de Maicon, jogador inteligente, com visão de jogo e técnica refinada.

É claro que ele não a vitalidade de outros tempos, mas continua sendo importante, fundamental para o time que ainda pode ser considerado o de melhor futebol do país.