A goleada de 4 a 0 sobre o Tucumán (vice-líder do campeonato argentino, é bom destacar antes que os colorados da mídia tratem de diminuir a vitória), é um recado para o River Plate, que padeceu para vencer o Independiente (3 a 1).
Mas o mais importante, e para os gremistas, alentador, é que na reta final da Libertadores o time fica mais encorpado, com jovens confirmando e sinalizando que podem ser úteis na competição prioritária do clube desde sempre.
O jovem Matheus Henrique, jogando como primeiro volante, depois de um começo vacilante, encontrou seu lugar em campo e passou a jogar como gente grande. Mais um acerto do técnico Renato ‘São’ Portaluppi, que sabe o momento ideal para lançar a gurizada.
Renato escolheu um jogo pela Libertadores em casa para lançar o guri, uma das grandes promessas da base.
Quem assistiu River e Independiente, antes do jogo na Arena, viu que os jogadores dos dois times muitas vezes miram a perna do adversário e não vacilam em deixar a bola como mero elemento decorativo.
Matheus Henrique precisava dessa experiência. A meu ver está pronto para enfrentar a barbárie que muitas vezes reina na Libertadores.
Thaciano, já mais curtido, é outro que se consolida como opção interessante para o técnico.
O primeiro gol, o gol do alívio porque o time argentino levava muito perigo a Marcelo Grohe, contou com a participação de Thaciano.
Léo Moura, de grande atuação, muito elogiado por Zinho na Fox, cruzou com a categoria que Deus lhe deu e Thaciano cabeceou. Não sei se a bola entraria ou não, o fato é que Luan apareceu para fazer o gol quase sobre a risca. Eram 35 minutos, o fim do pesadelo.
Essa mescla juventude com experiência normalmente dá bons resultados. Outro veterano que se destacou foi Cícero, igualmente muito elogiado pelo pessoal da TV. O ‘fã-clube’ deles deve ter ficado um tanto constrangido, porque gostaria de ver os dois longe da Arena.
Arrependido não, porque torcedor de futebol é assim, não gosta de dar o braço a torcer. Há torcedores que ignoram que não é um time que ganha títulos, e sim o grupo, e que, portanto, é preciso ter jogadores de bom nível no banco. E hoje dá para afirmar que o Grêmio tem um grupo realmente competitivo.
A volta de Jael, que entrou nos minutos finais e até sofreu um pênalti, é outra grata notícia. Ele mesmo cobrou, enquanto a torcida pedia Luan. O meia cedeu lugar ao centroavante justificando que ele, Jael, é artilheiro e precisa de gols para ganhar mais confiança.
Bem, Cícero marcou o segundo gol aos 38, após um contra-ataque em que Alisson recebeu na frente, driblou o goleiro, mas foi abalroado dentro da área. O goleiro foi expulso e Cícero bateu com tranquilidade.
O gol foi a senha para os secadores irem pra cama mais cedo. Afinal, o placar agregado passava a ser de 4 a 0, tornando impossível uma reação. Mesmo assim, o Grêmio não administrou. Foi para cima no segundo tempo e chegou aos 4 a 0 com gols de Alisson (o juiz teria dado o gol para o goleiro Sanchez) e Jael.
Ah, arbitragem muito boa do chileno Roberto Tobar.
Agora é o River, um clube poderoso e influente na Conmebol, onde não pede, manda. Além disso, está com um time muito competitivo. Peleia braba.