Há alguns anos, preocupado com a dança de treinadores no período pós 2001, eu defendi um contrato vitalício de Tite com o Grêmio.
Eu era movido um tanto pelo desespero de ver o time com dificuldade até para vencer o regional como pela saudade daquele time campeão da CB de 2001, de futebol bonito e eficaz.
Nunca fui atendido. Até porque depois veio Renato, que superou Tite em todos os quesitos, tanto que vai virar estátua.
Hoje, não quero ver o sr. Adenor Bachi nem pintado de ouro. O que Tite faz com o Grêmio ao convocar Éverton para amistosos inconsequentes da seleção, que segue sua vocação de vitrine itinerante para deleite de empresários e clubes do exterior, é um acinte, uma provocação, ofensa grave.
Faltam adjetivos para definir essa ação de Tite. Nem vou comentar possível influência de empresário na convocação. Apesar de indícios apontando o contrário, ainda considero Tite um profissional sério.
O importante, o que é fato, é que por causa de Tite o Grêmio não terá seu atacante mais perigoso, mais efetivo, contra o Palmeiras, dia 14, em SP. Jogo sanduíche entre os amistosos contra a Arábia, dia 12, e Argentina, dia 16.
Jogo-chave para o Grêmio no Brasileirão. Duelo entre os dois clubes brasileiros que seguem vivos na Libertadores, fortes para os confrontos com River Plate e Boca Jrs.
Éverton é o único que atua no país convocado para esses jogos de extrema relevância. Isso é grave. Gravíssimo, mas ninguém dá bola. O Grêmio esperneou, atuou forte nos bastidores, mas não foi atendido em seu pedido de liberação do jogador.
Os outros clubes silenciam. Até aí nenhuma surpresa. Se houvesse um mínimo de união essa decisão suspeita da CBF seria revertida.
Estamos diante de um fato que coloca o Brasileiro sob suspeição. Por que apenas Éverton? E os outros?
Então, depois dessa o Tite se equipara ao Zagallo, que desfalcou o Grêmio num jogo decisivo contra o Cruzeiro, pela Libertadores, em 1997, ao convocar Paulo Nunes para um amistoso na França.
Paulo Nunes não jogou, fez uma falta danada ao Grêmio e nunca mais foi convocado pelo Zagallo.
É claro que Zagallo não fez de propósito. Assim como Tite agora.
Só tem anjo no futebol.