A estreia do Grêmio, com um time reserva, não poderia ser melhor. A começar pelo resultado de 4 a 0, que sintetiza o que aconteceu: superioridade tricolor, que praticamente não deu espaço para jogadas de maior risco ao goleiro Paulo Vítor, agora como titular.
Não foi um bom jogo, em função do gramado irregular e também pelo fato de ser uma estreia e, claro, a qualidade de alguns jogadores.
Kaio, por exemplo, mostrou mais uma vez que é um jogador tecnicamente limitado. A insistência de Renato com esse jogador não se justifica. Renato acredita que Kaio possa fazer as funções de Ramiro. Não pode. Como marcador até vai, mas quando se trata de armar e chegar à frente ele decididamente compromete. Foi válida a tentativa. Inaceitável, agora, é insistir.
Mas esse é só um detalhe de um jogo em que o Grêmio, mesmo com um time desentrosado, acabou goleando, depois de alguma resistência do adversário.
A vitória começa pelo meio de campo, onde Matheus Henrique foi o grande destaque. O nome do jogo, na verdade, seguido de Jean Pyerre.
Importante destacar Juninho Capixaba, autor do primeiro gol, após jogada de Pepê (substituiu Alisson, que se lesionou cedo). O lateral-goleador mostrou mais uma vez que tem facilidade para jogar dentro da área ofensiva, mais do que na sua própria. Na defesa teve dificuldade com o rápido Bustamante, mas soube se sair bem.
O Grêmio começou a deslanchar mesmo com a entrada de Marinho no lugar de Kaio, que irritou Renato ao perder uma bola dentro da área, após boa jogada do time.
E Marinho não poderia ter entrado melhor. Em menos de um minuto em campo, no início do segundo tempo, recebeu passe de Thonny Anderson, de cabeça. Marinho desviou com categoria e fez 2 a 0.
Considero importante essa experiência de Renato com Thonny. Ele tem potencial para ser um camisa 9 eclético de muita qualidade. Na ausência de jogadores assim no mercado, vale apostar e dar sequência.
Aos 26, Pepê, que entrou muito bem, marcou o terceiro após assistência perfeita de Jean Pyerre.
Quase no final, Matheus Henrique foi recompensado pelo esforço e pelo talento que mostrou no jogo, ao marcar o quarto gol.
É cedo para qualquer conclusão definitiva, mas está muito claro que alguns jogadores jovens podem evoluir muito. Para isso, nada melhor que enfrentar as agruras dos jogos do Gauchão.
Destaco, ainda, o zagueiro Paulo Miranda. Já o estreante Rômulo foi discreto e eficiente. Conhece a posição.
Por fim, gostei do árbitro Vinicius Amaral.
JúNIOR
O time júnior do Grêmio, pra manter a tradição, mais uma vez foi eliminado da Copa São Paulo.
São 50 participação sem um título sequer. O principal é que revele jogadores, e isso tem ocorrido, mas é difícil entender que não tenha um título sequer nas 50 edições do torneio.
Sobre a eliminação, o Corinthians foi superior e mereceu a vitória. Para isso, contou com erros do sistema defensivo. O lance do primeiro gol parece uma anedota daquelas sem a menor graça. Mas vale a pena ver.
O time jogou desfalcado. Sentiu muito a falta de Da Silva. Com seu goleador, talvez a história fosse diferente.
PROJEÇÃO
Mesmo sem os milhões que jorram no Flamengo e no Palmeiras, o Grêmio tem estrutura, comando técnico e material humano – a gurizada que está subindo tem qualidade e muito potencial – para fazer frente aos poderosos. Dinheiro é bom, mas não é tudo no futebol.