Fui ao jogo contra o Juventude porque deu a coincidência do churrasco de abertura de temporada do Movimento Multicampeão, cuja sede é bem em frente à Arena.
Depois de alguns nacos de carne e coxinha de frango bem passada, com algumas latinhas de ceva para matar a sede e ajudar a espantar o calor, decidi ir ao jogo conferir a volta do time titular.
O Juventude bem que tentou resistir, mas acabou sucumbindo diante da arte, da técnica e da força superior de Maicon e Luan. Levou 3 a 0.
Estão aí dois craques de futebol. Já vi muitos jogadores de qualidade no Grêmio, mas poucos se equivalem a Maicon e Luan. Dá gosto sair de casa, do conforto do lar, gastar uma grana com estacionamento, etc, para ver Maicon e Luan em ação.
Incluo o Éverton, que também alegra meus olhos cansados, mas é outro tipo de jogador. O Geromel é outro que admiro muito, mas não pago ingresso para ver zagueiro jogar.
Estou falando de jogadores cerebrais, criativos, que fazem o time jogar e conseguem isso impondo seu ritmo.
Maicon infelizmente está em fim de carreira. Então, convido a todos aproveitarem para olhar com mais atenção o que faz Maicon em campo antes que seja tarde.
Vale o mesmo para Luan, sempre alvo de propostas capazes de balançar a cabeça de qualquer um.
Então, quero dizer que sou um sortudo. Vi de perto mais duas atuações que os locutores do passado definiriam como de gala.
Destaque maior para o capitão. Ele fez um primeiro tempo discreto, errou três jogadas por reter demais a bola. Vocês duvidam, mas eu poderia descrever cada uma das participações de Maicon, que dá uma aula de futebol, de posicionamento, de visão de jogo, sempre que toca na bola, e até mesmo longe dela.
Ele e Luan têm uma coisa em comum, em especial: ambos desprezam o lance fácil, previsível. Eles buscam mais, ousam mais, e quando acertam está lá um companheiro em condições de marcar.
Ver esses dois jogar é como degustar um vinho caro, que exige uma taça de cristal, daquelas de encher a mão.
Alguém vai dizer que eu pirei de vez. Afinal, o adversário era o Juventude. Está certo, mas estou falando do conjunto da obra.
Sobre o Juventude, afirmo aqui que será um dos finalistas ou semifinalistas do Gauchão. É um time forte, encorpado e com bons jogadores. Como disse o Renato, o melhor treinador do Brasil, ‘nós não deixamos o Juventude jogar, e isso é o mais importante’.
O estreante Júlio César na realidade não estreou, apenas entrou em campo. Não foi exigido.
O time caxiense começou a cair na realidade quando Jael fez 1 a 0, aos 27 minutos, após jogada que começou com Marinho (aplicado taticamente como eu nunca havia visto), passou por Luan, que encobriu o goleiro, mas um zagueiro apareceu para salvar. A bola sobrou para Jael fazer 1 a 0.
No segundo tempo, o Grêmio apertou a marcação e acelerou um pouco as jogadas. Aos 26, Maicon iniciou a jogada pela meia esquerda ao roubar a bola do adversário e lançar Éverton, que foi ao fundo e cruzou. Maicon apareceu para dar um leve toque (com a simplicidade da genialidade), dizendo para Jael: ‘Toma, faz’. E Jael fez.
Por fim, o próprio Maicon acabou marcando o terceiro. De novo ele começou a jogada na intermediária, deu a bola para Jean Pyerre e correu para a área. O estreante Felipe Vizeu, deslocado pela esquerda, cruzou na medida para Maicon, que parece desenhar os lances dentro de campo, completar para a rede.
Este texto, talvez exagerado para alguns, tem como maior objetivo fazer justiça a um jogador que já fez história do clube – e continua fazendo – e mesmo assim há quem queira vê-lo longe do Grêmio.
Perdoais-os Senhor, eles não sabem o que fazem.
DOAÇÃO
Aconteceu na manhã desta segunda-feira, no Palácio Piratini, uma reunião que deverá culminar em mais um presente do poder público ao Inter.
Confiram:
https://www.correiodopovo.com.br/Esportes/Futebol/Inter/2019/01/672038/Governador-ira-analisar-proposta-do-Inter-para-construcao-de-CT-em-Guaiba