Grêmio conquista o bicampeonato e vê nascer um novo ídolo

Ao defender três pênaltis em cinco cobrados, Paulo Victor saiu de campo como o maior responsável pelo título de bicampeão gaúcho. Quem foi à Arena, ou assistiu pela TV, viu o nascimento de um novo ídolo.

Nos dois grenais, PV fez defesas importantes, algumas com alto índice de dificuldade, lembrando seu antecessor, Marcelo Grohe. Nem o mais otimista dos gremistas acreditava que Grohe teria um substituto do seu tamanho em tão pouco tempo.

A conquista desse título passa por Paulo Victor, que afastou qualquer desconfiança que ainda poderia restar – os torcedores exigem muito dos goleiros – ao defender três cobranças e transferir a responsabilidade para os cobradores.

Em especial para o último a bater. E quem o técnico Renato indicou? André. Renato desafiou os astros e a santa que traz em sua medalhinha. Logo André, que havia desperdiçado o pênalti sofrido por Bruno Cortez (Cortez, vejam só) cobrando muito mal, facilitando para Lomba.

Nem quero imaginar o que aconteceria com André se ele perdesse. Mas o atacante teve sangue-frio. Sobraria também para Renato, que teve mais sorte que juízo. Mas ele confiou em seu centroavante, que deu a resposta que todos esperavam.

Na minha opinião, Renato já havia errado antes ao não sacar André para a entrada de Luan. Ele optou por Jean Pyerre, que poderia fazer uma boa parceria com Luan.

A substituição de Maicon por Michel foi correta. Mas repetiu-se o que aconteceu domingo: o Grêmio parece que ficou sem referência, confuso e com dificuldade para tocar a bola, chegando a sofrer um pequeno sufoco do rival. Maicon, enquanto em condições físicas, é insubstituível nesse time armado por Renato, que privilegia o controle da bola.

Não gosto de fazer cotação, mas vou abrir uma exceção:

Paulo Victor – 10

Leonardo- 8

Geromel – 9

Kennemann – 9

Bruno Cortez – 8

Maicon – 8

Matheus Henrique – 8

Jean Pyerre – 7

Alisson – 7

André – 6 (perde um ponto por ter errado o pênalti)

Éverton – 8

Os que entraram no decorrer do jogo ficam sem nota. Nenhum deles acrescentou grande coisa.

Arbitragem

Muito boa atuação do Jean Pierre. Foi como trabalhar sobre um barril de pólvora, ou um campo com minas. Muita tensão em campo.

Agiu certo ao expulsar o técnico Odair e o marqueteiro argentino, que conseguiu levar o vermelho sem jogar.

Acertou também ao seguir o VAR e marcar o pênalti sobre Cortês. Vale o mesmo no lance do gol anulado de André, que pegou uma bola em que Marcelo Lomba bateu roupa e mandou para a rede.

Conclusão

Eu esperava um título conquistado sem tanta dificuldade, diante da superioridade técnica do Grêmio. Mas é preciso considerar que o Inter tem alguns bons jogadores. Destaco nesse jogo o Lomba, a dupla de área, o Dourado, Nico Lopez e Edenilson. O festejado Guerrero pagou parte dos seus pecados com a dupla de zaga gremista, a melhor do país.

Festa

A festa no final foi bonita. Titulares e reservas com os olhos brilhando de felicidade, muitos abraços e risos, mostrando que o ambiente gremista é dos mais saudáveis, o que ajuda a explicar o sucesso do time nesses três anos.