Já faz algum tempo que ando inquieto com a vulnerabilidade que percebo – eu e grande parte dos gremistas, inclusive aqui do grupo – do sistema defensivo tricolor. Está faltando alguém com mais imposição física na marcação.
Antes que os apressadinhos me acusem de querer um volantão que suja o calção de barro, sigo defendendo a qualidade, a técnica, o posicionamento, características básicas do meio-campo desse time que desde 2016 joga um futebol superior, embora nem sempre vitorioso.
O que eu espero é que o Renato corrija o clarão no setor defensivo, que ocorre algumas vezes, prejudicando o desempenho da zaga e comprometendo toda a atuação do time.
Sem ter um jogador como Wallace, Jaílson ou Michel (volantes que marcam forte e ainda aparecem na frente), Renato tenta equacionar o problema com o material humano que possui no momento.
Lembrando que o meio-campo que venceu a CB de 2016 tinha Wallace, Ramiro e Maicon. Na ‘frente’, Douglas, Luan e Éverton (ué, cadê o tal centroavante que muitos reclamam?). Era um time com marcação forte, qualidade técnica e tática. Saudade…
Mais uma vez Renato ‘Midas’ Portaluppi tem a missão de remontar o time, tornando-o competitivo como esse que abriu o ciclo de vitórias e conquistas inesquecíveis que elevaram a auto-estima da nação tricolor.
Como Renato tem conseguido superar essa dificuldade, a ausência de um volante como Michel (ainda fora dos planos por motivo de lesão)?
Ele mantém o estilo de jogo com muito toque de bola, encurta o espaço entre a linha defensiva e a linha de combate e articulação. Nos mata-matas têm dado certo, porque o empenho dos jogadores visivelmente é maior, até pelo clima das partidas, decisivas, onde qualquer falha pode ser fatal.
Nesse aspecto, penso que a escalação de um atacante de movimentação pode ser mais útil que um centroavante (André) tanto em termos ofensivos como defensivos, contribuindo para congestionar o meio de campo, deixando Éverton como válvula de escape.
Por isso, torço para que Renato escale Tardelli no lugar de André, e deixe Luan como o titular número 12. André só em último caso, quando Jesus estiver chamando e o desespero tomar conta.
Em resumo, é fundamental proteger melhor a linha defensiva, sem expor tanto a dupla Geromel/Kannemann. Todo mundo já viu isso. Mais ainda o Renato, sem dúvida.